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Combater a fadiga com uma ‘app’

identificar a fadiga

Podemos pensar que fadiga há só uma, mas a verdade é que são vários os tipos. E ainda que possam ter importantes consequências para a saúde e gerarem custos substanciais para a sociedade, os seus níveis raramente são medidos. É aqui que entra a tecnologia, agora capaz de detetar a fadiga e identificar o seu tipo através de uma ‘app’.

Desenvolvido por investigadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, o sistema, agora criado e testado em estudantes universitários, mede facilmente esses níveis e determina que tipo de fadiga as pessoas estão a sentir, para sugerir mudanças no estilo de vida que podem fazer a diferença. 

Embora se tenha tendência a falar de fadiga no singular, mas na verdade existem vários tipos. É através da monitorização das variações da frequência cardíaca, ou seja, do número de milissegundos entre dois batimentos cardíacos, que se conseguem identificar esses tipos.

“Se o seu sistema nervoso simpático for afetado, então sofre com o que podemos chamar de fadiga agitada, como quando está tão cansado que não consegue dormir”, explica Grégoire Millet, investigador e um dos fundadores da be care, empresa envolvida no projeto.

“Mas se o seu sistema nervoso parassimpático for afetado, então sofre com o que podeemos chamar de fadiga letárgica, onde não quer fazer nada”, acrescenta.

Os tratamentos para estes dois tipos de fadiga são muito diferentes, seja em termos de quanto exercício deve fazer ou do tipo de alimentos que deve ingerir, sobretudo aminoácidos. De facto, errar nestes parâmetros pode piorar a situação.

Recomendações à altura da fadiga

A aplicação criada pelos cientistas é conectada a um monitor de frequência cardíaca, que monitoriza a variabilidade da frequência cardíaca do utilizador.

Os testes foram feitos em estudantes universitários, recorrendo a duas séries de medições diárias: uma durante a atividade física regular; a outra durante um teste ortostático (um tipo especial de teste usado para medir a variabilidade da frequência cardíaca).

“Os alunos tiveram de se deitar durante cinco minutos e depois levantarem-se repentinamente e permanecerem de pé mais cinco minutos. Isso mostrou se o seu sistema nervoso central foi afetado pela fadiga”, refere Elisabetta de Giovanni, que se dedica à investigação do design de wearables inteligentes.

Os dados recolhidos foram depois analisados através de algoritmos, criados para o efeito, que permitem medir, classificar e tratar a fadiga. As recomendações dadas aos doentes dependiam desses mesmos resultados, e incluíam sugestões de dieta e exercício. 

Para tornar o sistema ainda mais eficaz, os cientistas pediram aos alunos que preenchessem um questionário indicando os seus padrões de sono, qualquer dor que sentissem, quão pesada era sua carga de trabalho, quanto stress sentiam e quanto exercício praticavam.

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