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Como reduzir o stress de quem sofre de demências e dos seus cuidadores neste Natal

demências

Para as pessoas com Alzheimer e outras demências e os seus cuidadores, a época das festas pode ser um momento de stress e ansiedade. Os conselhos que se seguem ajudam a tornar tudo mais fácil.

Mary Catherine Lundquist, diretora de programa da Care2Caregivers, uma linha de apoio para cuidadores de pessoas com demência e doença de Alzheimer, nos EUA, defende que os filhos adultos que têm um dos pais com demência e outro como cuidador devem considerar o que é do melhor interesse para cada um.

E embora possam querer visitar os pais num dia tão especial como é o de Natal, essa pode ser a última coisa que o cuidador deseja. “A mãe pode ter ficado acordada a noite toda a cuidar do pai e pode estar demasiado ocupada para se preocupar com a limpeza da casa ou com a receção dos convidados”, afirma Mary Catherine Lundquist.

A estrutura e a rotina são importantes para as pessoas com demência. “Se houver alguma mudança, como passar o Natal fora, o doente pode ficar desassossegado nos dias seguintes, aumentando o stress do cuidador. Às vezes, é melhor para o ente querido ficar em casa e receber visitas de 30 minutos ou menos, de um pequeno número de convidados, que se estendem por um período de dias”, aconselha a especialista.

O melhor aqui, acrescenta, é manter o número de convidados no mínimo: “às vezes, basta ter duas pessoas a mais na sala para ser um estímulo demasiado grande”.

Viagens para as pessoas com demências

No caso das viagens, como podem os cuidadores preparar os elementos da família para as mudanças nos seus entes queridos?

“Converse com a sua família com antecedência e informe que a pessoa amada pode ser diferente daquela que era no ano passado, para que não fiquem chocados com as mudanças. Seja específico. Diga, por exemplo, ‘Ele não fala muito’ ou ‘Ela pode fazer as mesmas perguntas várias vezes’ ou ‘Ele pode não saber quem você é’. Discuta alguns comportamentos que as pessoas vão poder testemunhar, como andar sem rumo pela casa, precisar de assistência na casa de banho ou ter dificuldades ao comer.”

No caso da pessoa com demência se encontrar institucionalizada e embora seja um desejo normal que esta esteja em casa nestes dias especiais, às vezes pode ser muito perturbador fazer a transição do lar para casa e depois voltar. “Leve a reunião até ele”, aconselha a especialista.

É importante também a forma como se aborda o ente querido com demência. Mary Catherine Lundquist aconselha aqui “entrar na sala devagar e oferecer a sua mão respeitosamente. Espere que a pessoa aceite e respeite-a, se não o fizer. Apresente-se pelo nome e relação (filho, neto, etc). Nunca pergunte: ‘Sabe quem eu sou?’ Se quiser abraçá-la, incline-se devagar e leia as dicas: se ficar tensa, não se sentirá confortável. Perceba que as pessoas que nunca quiseram ser tocadas podem repentinamente estar interessadas em segurar a sua mão e vice-versa”.

Na visita aos entes queridos com demências, existem muitas formas de se relacionar mesmo quando o doente já não fala. “A música é uma maneira maravilhosa de partilhar uma experiência.”

Quanto a presentes, procure oferecer coisas práticas e úteis, como pulseiras de identificação, roupas fáceis de vestir ou uma música favorita. Os cuidadores geralmente apreciam qualquer coisa que facilite a sua vida, como a promessa de ajudar em casa: pode oferecer-se para ficar com a pessoa para que o cuidador possa ter algum tempo para si. 

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