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Endometriose pode ser tratada com medicamento para cancro

endometriose

Os sintomas dolorosos da endometriose, uma doença crónica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, podem ser potencialmente reduzidos com um medicamento investigado anteriormente como tratamento contra o cancro, revela um novo estudo.

Investigadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, descobriram que o uso de dicloroacetato para tratar as células de mulheres com endometriose reduziu a produção de lactato, um resíduo potencialmente prejudicial, e interrompeu o crescimento anormal das células.

A endometriose, que afeta 176 milhões de mulheres em todo o mundo, é causada pelo crescimento de lesões compostas de tecido semelhante ao revestimento do útero noutras partes do corpo, como os ovários.

De acordo com os especialistas, as células da parede pélvica de mulheres com endometriose têm um metabolismo diferente daquele encontrado nas mulheres sem a doença. Ou seja, produzem quantidades maiores de lactato, tal como acontece com as células cancerígenas.

Quando as células de mulheres com endometriose foram tratadas com dicloroacetato, voltaram a ter um comportamento metabólico normal, tendo sido também observada uma redução no lactato.

“A endometriose pode ser uma doença que muda a vida de muitas mulheres. Agora que entendemos melhor o metabolismo das células nas que vivem com este problema, podemos trabalhar para desenvolver um tratamento não hormonal. Através de um ensaio clínico com dicloroacetato, devemos ser capazes de ver se as condições que observamos no laboratório são replicadas em mulheres”, explica Andrew Horne, do MRC Center for Reproductive Health da Universidade de Edimburgo.

Esperança de tratamento para a endometriose

Os tratamentos atualmente disponíveis para a endometriose são baseados em hormonas, que podem produzir efeitos secundários desagradáveis ou obrigar mesmo a uma cirurgia, que na metade dos casos resulta no regresso a lesões após cinco anos.

Os investigadores acreditam que estas novas descobertas podem ajudar a aliviar a endometriose em mulheres que não podem, ou não desejam, fazer tratamentos hormonais ou prevenir a recorrência após a cirurgia.

A equipa está, por isso, a realizar um ensaio clínico de fase inicial para confirmar as suas descobertas.

“Mais de 176 milhões de mulheres sofrem de endometriose, mas poucas pessoas ouviram falar deste problema e o tratamento, que pode afetar a fertilidade, progrediu muito pouco em mais de 40 anos”, acrescenta Andrew Horne.

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