O sistema vascular envelhece a um ritmo diferente para homens e mulheres e o mesmo acontece com o enrijecimento das paredes arteriais ou a acumulação de bloqueios nas artérias, que progridem também a um ritmo diferente. Diferenças que afetam diretamente o risco de desenvolver doença vascular e doença cardíaca nas mulheres. É para detetar mais cedo estes problemas que um grupo de especialistas sugere agora uma alternativa.
Investigadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, em parceria com investigadores internacionais, sugerem uma nova abordagem para avaliar a função vascular nas mulheres de forma mais precoce, começando na meia-idade, antes que o dano arterial se torne mais grave.
Publicado na revista científica Mayo Clinic Proceedings, o estudo confirma que as constrições no sistema microvascular limitam a quantidade de sangue e oxigénio que entra no coração, reduzindo a capacidade do músculo cardíaco de bombear sangue para o resto do corpo.
Um distúrbio pode causar dor no peito antes de a doença arterial coronária se tornar visível.
“As mulheres possuem fatores de risco específicos associados ao sexo que afetam os danos causados nas células endoteliais, que são essenciais para a função vascular”, explica Amir Lerman, cardiologista e diretor do Cardiovascular Research Center da Mayo Clinic.
“A redução do estrogénio, menopausa prematura, pré-eclampsia, diabetes gestacional, hipertensão e ovários poliquísticos, todos afetam negativamente a saúde vascular das mulheres e aumentem o seu risco de doença cardíaca”, refere o especialista.
Doença cardíaca principal causa de morte no feminino
De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde, as doenças cardíacas são a principal causa de morte entre as mulheres a nível global, com os efeitos do envelhecimento vascular a surgirem apenas na meia-idade.
Uma deteção precoce, juntamente com a monitorização dos fatores de risco de doença cardiovascular, é muito importante para a manutenção da saúde à medida que as pessoas vivem mais tempo.
“Acreditamos que uma linha de base estabelecida para a saúde vascular durante a perimenopausa precoce pode servir como um marcador para medir a eficácia das mudanças no estilo de vida focadas na prevenção, bem como do tratamento clínico de doenças cardiovasculares”, firma Lerman.
