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Conhecer o linfoma: sinais, sintomas e tratamento

linfoma

Cancro é um termo genérico para centenas de doenças que dizem respeito a uma divisão celular anormal. Com tantos tipos diferentes de cancro, pode ser difícil entender o significado de certos diagnósticos. É o que acontece, por exemplo, com o linfoma, uma forma rara de tumor que afeta a medula óssea, os nódulos linfáticos, o timo e o baço, conhecidos coletivamente como sistema linfático. Uma rede que é responsável por livrar o corpo de toxinas e resíduos e é uma parte importante do nosso sistema imunitário.

Lori Leslie, codiretora médica do Programa de Oncologia do Mountainside Medical Center, nos EUA, explica que “o linfoma é um tipo de cancro que afeta os linfócitos, que são um tipo de glóbulos brancos que desempenham um papel fundamental na resposta imunitária do corpo, na ajuda ao combate de doenças”.

Os dois principais tipos de linfoma são o linfoma não-Hodgkin [LNH] e o linfoma de Hodgkin menos comum, que representa apenas 10% dos casos. “O linfoma de Hodgkin ocorre mais comummente em duas faixas etárias”, refere a especialista. “Muitas vezes, ocorre no início da idade adulta, com um segundo pico na sexta década de vida.”

“O LNH é mais comum e a idade média do diagnóstico para está à volta dos 70 anos, mas a faixa é ampla, afetando pessoas na casa dos 20 aos 90”, acrescenta.

Embora os especialistas não tenham certezas sobre o que causa o linfoma, certos fatores de risco podem tornar os indivíduos mais suscetíveis à doença. “Os fatores de risco incluem ter um sistema imunitário enfraquecido devido a um transplante de órgão anterior, infeção por VIH, síndromes de imunodeficiência hereditária ou doenças autoimunes, especialmente se a pessoa tiver a fazer terapia imunossupressora. A grande maioria dos pacientes com diagnóstico de linfoma não tem um fator de risco identificável”, explica.

“Uma história anterior de linfoma pode aumentar o risco de o voltar a ter. Certas infeções crónicas, como hepatite C, doença de Lyme e H.pylori, bem como certas exposições, podem também estar associadas ao linfoma.”

Os sinais da presença do linfoma

É possível que os doentes não notem mudanças óbvias no corpo, mesmo dentro e à volta dos gânglios linfáticos, pelo que o diagnóstico nem sempre é rápido.

“Muitos pacientes com diagnóstico de linfoma não apresentam sintomas, mas são diagnosticados com base na descoberta acidental de gânglios linfáticos aumentados em exames de imagem realizados por motivos não relacionados”, refere Leslie.

“Outros apresentam uma massa crescente que pode ser vista ou sentida, ou outros sintomas coletivos referidos como ‘sintomas B’, que incluem perda de peso não intencional, suores noturnos intensos, febre sem infeção e fadiga inexplicada.”

Embora o linfoma seja uma doença dos glóbulos brancos, a maioria dos doentes tem exames de sangue de rotina normais. “O linfoma é diagnosticado com base na biópsia de um nódulo linfático, massa ou outro local de envolvimento que pode incluir um órgão sólido, medula óssea ou mesmo pele”, refere a médica.

Novos tratamentos na calha

Embora não haja cura para o linfoma, médicos e cientistas estão a trabalhar para entender melhor a doença e encontrar opções de tratamento novas e eficazes para este tipo de cancro.

“O cenário de tratamento para linfomas está a expandir-se rapidamente e depende do subtipo”, afirma a especialista. “Os tratamentos gerais incluem quimioterapia, imunoterapia, agentes direcionados e até terapias celulares.”

A quimioterapia interfere inespecificamente na maquinaria das células de crescimento rápido para desencadear a autodestruição, enquanto as imunoterapias re-treinam o sistema imunitário para que este reconheça e erradique as células cancerígenas.

Já as terapias com pequenos inibidores moleculares têm como alvo uma via ou proteína/enzima específica, em que as células cancerígenas são viciadas. 

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