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Terapia com anticorpos para tratar leucemia vence ‘Prémio FAZ Ciência 2020’

leucemia

Apesar do crescente conhecimento sobre as alterações moleculares subjacentes ao desenvolvimento da leucemia linfoblástica aguda de células T (LLA-T), nenhuma terapia atingiu ainda a aplicação clínica. Encontrar uma terapia alvo, mediada por anticorpos, contra a LLA-T é o grande objetivo do trabalho de investigação ‘Towards an antibody-mediated targeted therapy against T-cell Acute Leukemia’, liderado por Nuno Rodrigues dos Santos, investigador do IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto) e do i3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde), que conquistou o “Prémio FAZ Ciência 2020”.

A iniciativa da Fundação AstraZeneca (FAZ) e da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), traduz-se numa bolsa no valor de 35 mil euros, tendo o anúncio do projeto vencedor sido feito numa sessão online.   

Segundo Nuno Rodrigues dos Santos, “este projeto centra-se numa molécula, a molécula TCR, que quando é estimulada, mata as células leucémicas”, pelo que o seu objetivo é aproximar estes resultados de uma potencial aplicação clínica. 

“O que nos propomos é utilizar uma terapia dirigida a esta molécula, a TCR, e combiná-la com a quimioterapia, para tentar atacar a leucemia de duas formas distintas, e assim procurar ter mais eficácia (nos tratamentos)”, acrescenta ainda o investigador.

Rosário Trindade, presidente da Fundação AstraZeneca, acredita que “nos últimos meses pudemos, com toda a clareza, verificar que o futuro da saúde passa pelo constante investimento na investigação científica. E é com esse intuito que o ‘Prémio FAZ Ciência’ surgiu, apoiando projetos nacionais capazes de alterar o paradigma do tratamento e gestão da doença, não só em Portugal, como no resto do mundo”.

Segundo a Presidente da SPO, Ana Raimundo, esta parceria com a Fundação AstraZeneca continua a fazer todo o sentido, uma vez que, “ao apoiarmos este projeto, estamos também a promover o desenvolvimento da investigação científica em Portugal, abrindo-lhe portas para uma partilha de conhecimento entre os vários grupos de investigação nacionais e internacionais”.

À semelhança das duas edições anteriores, as candidaturas foram avaliadas por uma Comissão de Avaliação composta por cinco especialistas na área da oncologia.

Os projetos apresentados este ano são, claramente, um reflexo da elevada qualidade que a investigação científica tem vindo a assumir no nosso país. Além do projeto vencedor, na sessão foi ainda apresentada a experiência do Instituto de Medicina Molecular (IMM) na reação à pandemia.

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