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Chama-se “Fastball” e é um teste para detetar mais cedo a doença de Alzheimer

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Um teste simples, mas revolucionário, para melhorar a deteção precoce da demência e da doença de Alzheimer poderá em breve ajudar os doentes e as suas famílias, graças a um financiamento de 1,5 milhões de libras atribuído às universidades de Bath e Bristol, no Reino Unido.

Com o apoio do financiamento Invention for Innovation (i4i) do National Institute for Health and Care Research (NIHR), o projeto permitirá aos investigadores George Stothart e Liz Coulthard aumentar os testes e o desenvolvimento da sua inovadora avaliação da demência, o “Fastball EEG”.

O “Fastball” é um teste passivo, totalmente não invasivo, que mede as ondas cerebrais dos doentes enquanto estes observam uma série de imagens intermitentes apresentadas num ecrã. Desenvolvida pelos investigadores, a tecnologia exige que os utilizadores usem um auricular de eletroencefalograma (EEG), que é ligado a um computador para análise.

Estudos anteriores, realizados pelos mesmos especialistas, demonstraram que o Fastball é altamente eficaz na captação de pequenas e subtis alterações nas ondas cerebrais que ocorrem quando uma pessoa se lembra de uma imagem. Os investigadores demonstraram que esta reação se altera à medida que a pessoa desenvolve demência, o que constitui uma esperança de avanço no diagnóstico precoce.

Normalmente, a demência é diagnosticada demasiado tarde, numa altura em que a doença já danificou o cérebro de forma irreversível. Este momento, pode ocorrer até 20 anos após o início da demência. O diagnóstico atual baseia-se frequentemente numa série de perguntas subjetivas para testar a memória de uma pessoa, que é limitada e pode ser afetada pela sua educação, competências linguísticas ou nervosismo.

O Fastball, pelo contrário, é completamente passivo. Isto significa que a pessoa que está a fazer o teste não precisa de compreender a tarefa ou estar consciente da sua resposta de memória. É também portátil, o que significa que, no futuro, o diagnóstico poderá ser feito em qualquer lugar, incluindo em casa do doente.

Ao testar mais pessoas mais cedo e com maior regularidade, a equipa acredita que poderá ajudar a reduzir a idade de diagnóstico até cinco anos a curto prazo e mais no futuro.

Essencial diagnosticar Alzheimer mais cedo

Este financiamento vai permitir que a equipa teste o Fastball em mais de 1.000 doentes numa clínica de demência em funcionamento no Southmead Hospital, em Bristol, sendo este é o maior estudo de qualquer tipo que utiliza o EEG para detetar a doença de Alzheimer, com o objetivo de incluir uma população diversificada de doentes.

George Stothart, colíder do projeto e neurocientista cognitivo do Departamento de Psicologia da Universidade de Bath diz que “quase todos nós conheceremos alguém, ou estaremos a cuidar de alguém, com demência. Os custos para as famílias e para o Serviço Nacional de Saúde são enormes e deverão aumentar à medida que a nossa população envelhece. No entanto, atualmente, a demência é diagnosticada demasiado tarde – normalmente, até 20 anos após o início da doença”.

“São necessárias formas mais rápidas e precisas de diagnosticar a demência, para que os doentes possam receber tratamentos mais cedo e as famílias possam planear melhor o futuro. É por isso que estamos tão entusiasmados com o potencial do Fastball EEG e com o desenvolvimento do nosso trabalho através deste novo e significativo financiamento e das colaborações que ele irá permitir.”

“Os doentes com Alzheimer podem esperar muito tempo pelo diagnóstico e alguns dos nossos testes atuais podem ser imprecisos e, por vezes, stressantes para eles. Um teste de memória rápido e fácil de administrar, como o Fastball, poderia transformar o percurso de um doente até ao diagnóstico”, acredita Liz Coulthard, professora pde Neurologia da Demência na Universidade de Bristol e neurologista no North Bristol NHS Trust.

“À medida que adotamos novos tratamentos na prática clínica, teremos de aumentar a nossa capacidade de diagnosticar as pessoas numa fase inicial da doença de Alzheimer e evitar as barreiras linguísticas. O Fastball oferece a oportunidade de melhorar o diagnóstico da doença de Alzheimer de forma equitativa.”

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