
O café expresso, uma das formas de consumo preferidas pelos portugueses, pode fazer muito mais do que apenas acordá-lo. Um estudo, agora publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry, mostra que, em testes laboratoriais preliminares in vitro, os compostos do café expresso podem inibir a agregação da proteína tau, um processo que se acredita estar envolvido no surgimento da doença de Alzheimer.
São muitos os portugueses que já fazem da toma de um café expresso um ritual diário. E ainda bem, segundo vários estudos recentes, que já tinha sugerido que o café pode também ter efeitos benéficos contra certas doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Alzheimer. Isto apesar de os mecanismos exatos que causam estas doenças ainda não serem claros. Ainda assim, pensa-se que uma proteína, chamada tau, desempenha um papel significativo. Em pessoas saudáveis, as proteínas tau ajudam a estabilizar as estruturas do cérebro, mas quando certas doenças se desenvolvem, podem agregar-se em pequenas fibras, cuja prevenção, segundo alguns investigadores, seria capaz de aliviar os sintomas.
Por isso, Mariapina D’Onofrio, especialista da Universidade de Verona, em Itália, e os colegas quiseram verificar se os compostos presentes no café expresso poderiam impedir a agregação de tau, isto em laboratório.
Para isso, analisaram compostos presentes no café, experiência que mostrou que à medida que a concentração do extrato de café expresso aumentava, a aglomeração de fibras era mais curta e que não era tóxica para as células, não atuando como “sementes” para uma maior agregação.
E embora seja necessária muito mais investigação, a equipa afirma que as suas descobertas preliminares in vitro podem abrir caminho para encontrar ou conceber outros compostos bioativos contra doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Alzheimer.