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Maioria dos farmacêuticos acompanha cuidadores na sua farmácia

farmacêuticos

São muitos e variados os serviços disponibilizados pelas farmácias comunitárias em Portugal: não só ajudam na disponibilização e administração de medicamentos, mas também na identificação de pessoas em risco, deteção precoce de doenças e promoção de estilos de vida mais saudáveis. Perceber de que forma pode também ajudar os cuidadores foi o que se pretendeu com um estudo, apresentado esta quarta-feira, no âmbito de mais uma edição das Teva Talks, e que não deixa margem para dúvidas: a esmagadora maioria dos profissionais de farmácia comunitária (98%) no nosso país já acompanha cuidadores na sua farmácia e, em média, cada um acompanha cerca de 30 cuidadores por mês.

‘Cuidadores: O papel e a importância das Farmácias em Portugal’ é o tema deste encontro, onde será apresentado o programa ‘A Farmácia Amiga do Cuidador’ e onde serão dados a conhecer os dados do estudo da ANF e da TEVA Portugal – ‘Cuidadores: o papel e a importância das farmácias em Portugal’, que mostra que a doença de Alzheimer (e outras demências) é a doença mais frequente que os cuidadores seguidos pelos farmacêuticos acompanham, representando quase 40% do total de “acompanhamentos” realizados, seguida da doença oncológica (19,6%) e do suporte a doentes que sofreram AVC (14,6%).

Ainda sobre a tarefa de cuidar, são várias as necessidades identificadas pelos farmacêuticos das farmácias comunitárias que acompanham cuidadores, com destaque para o apoio psicológico/emocional (81%), falta de ajuda técnica e/ou equipamentos de apoio (73%) e apoio domiciliário por equipas de profissionais (68,4%).

Farmacêuticos de acordo com programas de apoio

Para os farmacêuticos, não há grandes dúvidas sobre a importância do papel dos farmacêuticos junto dos cuidadores, que é considerado vital. Para os inquiridos, a farmácia comunitária desempenha (ou deverá desempenhar) um papel fundamental no apoio à gestão da medicação dos doentes (98%), apoiando assim os cuidadores neste processo. Ao todo, 73,5% referem ainda a gestão de sintomatologia e, para 67,8%, a farmácia deve assumir um papel enquanto ponte na referenciação de doentes (e cuidadores) para os serviços de saúde adequados.

O estudo destaca ainda a importância dos Programas de Apoio a Cuidadores, com quase 80% dos farmacêuticos inquiridos a atribuírem níveis de importância extremamente elevados à existência deste tipo de programas. E, para 90% dos inquiridos, as farmácias comunitárias deverão mesmo ter um papel e envolvimento ativo no seu apoio e na sua implementação no terreno (sobretudo tendo em conta o seu posicionamento privilegiado de proximidade com os utentes).

De referir também, de acordo com o estudo, que quase 90% dos farmacêuticos das farmácias comunitárias consideram a realização de ações de formação (para apoio a cuidadores) como algo que a farmácia deverá disponibilizar. Ao todo, 76% referem ainda a disponibilização de materiais informativos e quase 70% a disponibilização de materiais que incentivem, proativamente, os cuidadores a identificarem-se na farmácia.

Para Ema Paulino, presidente da ANF, não só faz todo o sentido como o estudo vem comprovar a urgência da integração de outros profissionais nas farmácias, “designadamente os psicólogos, para apoio aos cuidadores. Há um potencial sinérgico enorme na criação de parcerias em prol do apoio aos cuidadores, que nos permitirá certamente mais ganhos em saúde, a todos os níveis”.

Este estudo teve como universo indivíduos que exercem atividade profissional em farmácia comunitária no território nacional. Foram realizados um total de 404 questionários eletrónicos online completos, válidos, através de uma metodologia de sistema CAWI, com uma margem de erro de ±4,60% para um intervalo de confiança de 95%. O trabalho de campo decorreu entre os dias 20 de outubro e 21 de novembro de 2022.

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