
Procurar conhecer o que sabem os portugueses sobre a fertilidade foi o pretendido com um inquérito da Associação Portuguesa de Fertilidade, Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução e Merck, que conclui que há ainda um grande desconhecimento sobre este tema.
É o que acontece com a capacidade reprodutora da mulher. Apesar de 52,3% dos inquiridos terem respondido que sabiam com que idade se atinge o potencial máximo da fertilidade feminina, que acontece entre os 20 e os 25 anos, só 27,2% indicam os 20 anos e 27,8% os 25.
Quanto à idade a partir da qual a fertilidade começa a diminuir, 72,5% indicaram saber a resposta, mas apenas 33,2% deram a resposta correta: 35 anos.
Cerca de três em cada 10 (31,8%) não sabem quais as causas da infertilidade e, dos 68,2% que identificaram vários fatores, a idade da mulher surgiu como a principal causa (33,4%), seguida dos hábitos tabágicos (30,1%) e da obstrução/bloqueio das trompas de Falópio (26,0%).
O estudo quis ainda saber se os portugueses já tinham questionado um profissional de saúde sobre o tema da infertilidade, ou se tinham sido inquiridos em unidades de saúde sobre fertilidade ou formas de prevenção. Dos que responderam de forma negativa, 48,7% confessa que o fez por falta de interesse e 39,5% por não terem sentido necessidade.
Causas da infertilidade desconhecidas
A maioria (54,4%) dos portugueses dizem desconhecer as causas da infertilidade e, dos 45,6% que conhecem, a alimentação equilibrada (28,1%), a prática de exercício físico (24,2%) e o não fumar (24,1%) são as formas referidas de proteção para as mulheres, sendo a alimentação equilibrada (23,7%), não fumar (21,7%) e a prática de exercício físico (18,3%) as que mais se destacam como protetoras dos homens.
Quanto à preservação da fertilidade, apenas 20,2% das mulheres e 26,1% dos homens não sabem em que consiste e que é possível através do congelamento de óvulos ou espermatozoides.
No entanto, o desconhecimento é grande entre as mulheres quando se trata de avaliar a reserva ovárica: 79,7% das inquiridas não sabe da possível realização do teste à hormona anti-mulleriana (AMH), enquanto 69,5% nunca pensou fazê-lo.
E, se no momento de quererem ser pais for necessário recorrer a tratamentos de fertilidade com ajuda de doação de óvulos e/ou espermatozoides, mais de 48% das mulheres não sabe o que é a dádiva de gâmetas, sendo que nos homens essa percentagem chega aos 56%.
Mais informação precisa-se
O estudo revela ainda que 46,5% dos inquiridos já ouviram falar em infertilidade através da comunicação social, 42,5% por amigos/colegas e 40,9% em campanhas nos media, defendendo (82,8%) a importância de ter acesso a mais informação, com as escolas (30,5%), os centros de saúde (30,5%) e o médico de família (30%) destacados como as principais fontes de informação.
Ficha técnica do estudo: a informação foi recolhida com recurso ao sistema CAWI (Computer Assisted Web Interview) & CATI (Computer Assisted Telephone Interview), através de um questionário realizado junto de 1.000 pessoas, entre 16 de abril a 19 de maio de 2023.