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Transformar o futebol num medicamento para tratar a diabetes

futebol contra a diabates

Três vezes por semana, um grupo de 32 homens junta-se para a prática de walking football, uma modalidade semelhante ao futebol mas que substitui o correr pelo andar. Têm todos entre 50 e 70 anos e partilham outra característica: o diagnóstico de diabetes tipo 2. O objetivo? Promover a prática de atividade física frequente.

Vai ser assim ao longo de 12 semanas, sendo os desportistas utentes do Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto VI – Porto Oriental, que vão realizar um exercício físico seguro, saudável e divertido, acompanhado por um treinador de futebol, um fisiologista e um enfermeiro. Ninguém corre e não há contacto físico entre os participantes.

A iniciativa insere-se no Sweet-Football, um projeto de investigação liderado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), em parceria com a Portugal Football School, da Federação Portuguesa de Futebol, que tem como objetivo de testar se esta forma de exercício pode ser operacionalizada com segurança em indivíduos de meia-idade e idosos com diabetes tipo 2, recrutados nos cuidados de saúde primários.

A ideia é mesmo transformar estar modalidade numa ferramenta de tratamento não farmacológico da diabetes tipo 2, especialmente pelo divertimento associado e envolvimento social.

“Nos dias de hoje, já não se discute que o exercício e a atividade física regular são um dos pilares do tratamento da diabetes tipo 2. O grande desafio reside em encontrar formas de atividade física que as pessoas gostem realmente de praticar e de modo sustentado ao longo do tempo”, explica Romeu Mendes, investigador do ISPUP.

“O divertimento parece ser uma das palavras-chave para aumentar a adesão das pessoas a este tipo de programas de modificação comportamental.”

Um projeto que quer crescer

O que se pretende é que, no futuro, o projeto se alargue, com a criação de pequenos núcleos em todo o País. Para isso, será necessário o envolvimento de unidades de saúde, clubes de futebol e municípios, estando também em cima da mesa a possibilidade de criar uma solução adaptada às utentes do sexo femininos.

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