Já se sabe que a exposição excessiva aos raios solares faz mal à pele. Mas uma exposição desadequada aos raios UVB do sol pode estar associada a um risco aumentado de cancro colorretal, sobretudo nos grupos de idade mais avançada, revela um estudo que usou dados de 186 países, publicado na revista de acesso aberto BMC Public Health.
Investigadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos EUA, investigaram possíveis associações entre os níveis globais de raios UVB e as taxas de cancro colorretal para diferentes países e faixas etárias, com dados de 2018.
E descobriram que uma menor exposição aos UVB tem uma relação significativa com maiores taxas de cancro colorretal em todas as faixas etárias, nas pessoas que vivem nos 186 países incluídos no estudo.
Os autores sugerem que a menor exposição aos UVB pode reduzir os níveis de vitamina D, cuja deficiência foi anteriormente associada a um risco aumentado de cancro colorretal. Pesquisas futuras podem olhar diretamente para os potenciais benefícios para o cancro colorretal de corrigir as deficiências de vitamina D, sobretudo nos grupos de idade mais avançada.
Raphael Cuomo, coautor do estudo, considera que “as diferenças nos raios UVB foram responsáveis por grande parte da variação assistida nas taxas de cancro colorretal, especialmente para pessoas com mais de 45 anos. Embora esta ainda seja uma evidência preliminar, pode ser possível, para os indivíduos mais velhos, em particular, reduzir o risco deste tipo de tumor corrigindo deficiências de vitamina D”.
Os autores alertam ainda que outros fatores podem afetar a exposição aos raios UVB e os níveis de vitamina D, como suplementos de vitamina D, roupas e poluição do ar, que não foram incluídos no estudo. E alertam também que a natureza observacional do estudo não permite conclusões sobre causa e efeito, sendo necessários mais trabalhos para entender a relação entre UVB, vitamina D e este tipo de cancro com mais detalhes.