Os dados internacionais referem que oito em cada cem mil crianças são hospitalizadas todos os anos na sequência de uma queimadura. Perceber qual o grau de conhecimento dos pais portugueses sobre o tratamento básico de queimaduras foi o que quis avaliar um estudo, publicado recentemente na Acta Pediátrica Portuguesa, que concluiu que este é muito limitado.
Realizado por Fábio Barroso, Ana Lachado, Ana Reis e Melo e Fátima Pinto, o trabalho incluiu 644 pais, que responderam a um questionário disponível online em 2016. A maioria dos respondentes era do sexo feminino (92,9%) e tinha 26-35 anos (50,9%), sendo que 72,0% tinham frequentado o ensino superior.
Em 16,3% dos casos foi relatada uma situação de queimadura, a maioria (89,5%) a ocorrer em casa. Inquiridos também sobre a abordagem em caso de um destes acidentes, 51,2% dos respondentes afirmaram que tratariam a queimadura com água fria.
No entanto, 95,7% revelam um conhecimento inapropriado no que diz respeito à duração desta intervenção, e apenas 1,6% afirmou cobrir a área com película aderente.
Cerca de 3,7% optariam pelas formulações caseiras, que incluem gelo, mel, pasta dos dentes e gorduras.
A conclusão do estudo é simples: “o conhecimento dos pais relativamente ao tratamento inicial das queimaduras é limitado”. Por isso, os autores do trabalho salientam a necessidade de criar “um programa educacional nacional e de promover estratégias adequadas de tratamento das queimaduras”.