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Operações às varizes com melhores resultados quando feitas por especialista

cirurgia às varizes

Nas cirurgias às varizes, ser especialista na matéria tem impacto? Essa foi a questão que serviu de mote a uma avaliação feita por um grupo de investigadores nacionais, tendo em conta que mais de metade destas cirurgias são feitas por médicos sem formação na especialidade.

A resposta, essa não deixa dúvidas: os doentes operados por um especialista em cirurgia vascular têm melhores resultados e uma recuperação mais rápida do que aqueles que são operados por um cirurgião geral.

O estudo, realizado por especialistas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e coordenado por Sérgio Sampaio, docente e investigador da FMUP, avaliou mais de 150 mil pessoas operadas às varizes entre 2004 e 2016, em todos os hospitais públicos portugueses.

Destas, escolheram-se 315 para responder a perguntas relacionadas com a satisfação e o período pós-operatório. E foi a partir destas respostas que foi possível confirmar que a recuperação é mais rápida quando o procedimento é realizado por um cirurgião vascular: os doentes faltaram menos dias ao trabalho (média de 27 dias vs. 40 do grupo geral) e levaram menos tempo a retomar a prática de atividade física (41 dias vs. 60 do grupo geral).

Mulheres mais afetadas pelas varizes

No que diz respeito à alta, o mesmo estudo confirma que esta é mais rápida quando a intervenção é levada a cabo por especialista. Nestes casos, a taxa de hospitalização prolongada é de apenas 3%, contra os 14% no grupo operado por um cirurgião geral.

E é também menor a necessidade de uma nova intervenção cirúrgica: 13,5% vs. 8,2%.

Apesar de ser semelhante a satisfação geral e melhoria da qualidade de vida em ambos os grupos, já os casos de insatisfação estética são mais frequentes no grupo intervencionado por um cirurgião geral, que revelaram a existência de piores cicatrizes cirúrgicas (2,8% vs. 2,1%) e um maior número de varizes residuais (2,4% vs. 1,7%). 

Recorde-se que, de acordo com os dados disponíveis, a prevalência da Doença Venosa Crónica atinge entre 20 e 25% da população portuguesa, sobretudo mulheres.

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