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Pessoas com depressão e ansiedade podem desenvolver Alzheimer mais cedo

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Ter depressão é conhecido por aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Agora, um novo estudo preliminar relata que as pessoas que desenvolverem Alzheimer e sofriam de depressão começaram a sentir sintomas de demência cerca de dois anos antes do que aqueles sem depressão. Pessoas com ansiedade podem também ter sintomas cerca de três anos mais cedo.

Zachary A. Miller, especialista da University of California e um dos autores do estudo que será presentado na 73ª Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia, considera que “são necessárias mais pesquisas para entender o impacto dos transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade, no desenvolvimento da doença de Alzheimer e se o tratamento e o controlo da depressão e da ansiedade podem ajudar a prevenir ou retardar o início da demência nas pessoas suscetíveis”.

“Certamente, isso não quer dizer que as pessoas com depressão e ansiedade vão necessariamente desenvolver a doença de Alzheimer, mas as pessoas com essas condições podem considerar discutir formas de promover a saúde do cérebro a longo prazo com os seus profissionais de saúde.”

Além dos transtornos psiquiátricos mais comuns (depressão e ansiedade), o estudo avaliou também o transtorno bipolar, stress pós-traumático e esquizofrenia. Das 1.500 pessoas que participaram no estudo com doença de Alzheimer, 43% tinham histórico de depressão, 32% tinham ansiedade, 1,2% transtorno bipolar, 1% stress pós-traumático e 0,4% esquizofrenia.

Os investigadores descobriram que ter mais do que um problema mental agrava ainda mais a situação. Ou seja, as pessoas com apenas uma doença tinham os sintomas cerca de 1,5 anos antes, aquelas com duas doenças psiquiátricas desenvolviam sintomas 3,3 anos antes e aquelas com três ou mais apresentavam sintomas 7,3 anos mais cedo do que quem não tinha problemas.

Além disso, os investigadores avaliaram as interações entre a doença psiquiátrica e outros fatores de risco bem estabelecidos para a doença de Alzheimer, como pressão alta, colesterol alto e diabetes, juntamente com fatores que mais recentemente foram associados a um risco aumentado de Alzheimer, como doença autoimune ou histórico de convulsões.

E descobriram que as pessoas com depressão e ansiedade eram mais propensas a ser do sexo feminino e apresentavam menos dos fatores de risco típicos de Alzheimer. No entanto, aqueles com depressão eram mais propensos a ter uma doença autoimune e aqueles com ansiedade eram mais propensos a ter um histórico de convulsões.

“Embora esta associação entre depressão e doença autoimune, convulsões e ansiedade seja bastante preliminar, levantamos a hipótese de que a apresentação da depressão em algumas pessoas pode refletir uma carga maior de neuroinflamação”, refere Miller.

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