O ioga centrado na respiração, meditação e relaxamento está associado à melhoria dos sintomas em doentes com insuficiência cardíaca, mostra um estudo apresentado no Heart Failure 2024, um congresso científico da Sociedade Europeia de Cardiologia.
“Os doentes que praticaram ioga, para além de tomarem os seus medicamentos, sentiram-se melhor, conseguiram fazer mais coisas e tinham um coração mais forte do que os que tomaram apenas medicamentos para a insuficiência cardíaca”, afirma o autor do estudo, Ajit Singh, do Conselho Indiano de Investigação Médica.
“Os resultados sugerem que o ioga pode ser uma terapia complementar benéfica para os doentes com insuficiência cardíaca.”.
A insuficiência cardíaca afeta um grande número de pessoas, mais de 64 milhões em todo o mundo, e pode ter um impacto devastador na qualidade de vida, com os doentes a sentirem-se cansados e sem fôlego, e incapazes de participar nas suas atividades habituais. Embora estudos anteriores tenham demonstrado os benefícios a curto prazo do ioga em doentes com insuficiência cardíaca, este estudo fornece novas informações sobre os seus efeitos a longo prazo.
Mais atividade com ioga para quem em insuficiência cardíaca
O estudo incluiu doentes com idades compreendidas entre os 30 e os 70 anos com insuficiência cardíaca, submetidos a um procedimento cardíaco nos últimos seis meses a um ano e que estavam a tomar medicamentos recomendados pelas diretrizes para a insuficiência cardíaca e a quem foi demonstrado ioga, meditação e técnicas de relaxamento.
Os participantes foram supervisionados durante uma semana e depois aconselhados a continuar a praticar ioga em casa, uma vez por semana, durante 50 minutos e a falar com um instrutor após cada sessão em casa para verificar o seu progresso.
No início do estudo, seis meses e um ano, os investigadores avaliaram a estrutura e a função cardíaca, medições que incluíram a capacidade do coração para bombear sangue e a avaliação da função do ventrículo direito. Os investigadores também examinaram a pressão arterial, a frequência cardíaca, o peso corporal e o índice de massa corporal. A carga de sintomas e a capacidade de realizar atividades normais, como andar e subir escadas, foram também alvo de análise.
Em comparação com o grupo de controlo, o grupo do ioga demonstrou melhorias significativamente maiores em todas as medições aos seis meses e um ano em relação à linha de base.
“Os doentes que praticaram ioga tinham um coração mais saudável e eram mais capazes de realizar atividades normais, como caminhar e subir escadas, do que os que tomaram apenas medicamentos”, refere Singh.
“Os doentes com insuficiência cardíaca devem falar com o seu médico antes de começarem a praticar ioga e devem depois receber formação de um instrutor experiente. Os medicamentos prescritos devem ser mantidos como antes. O ioga pode não ser adequado para doentes com insuficiência cardíaca com sintomas graves, que foram excluídos do nosso estudo.”
