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Dependência de videojogos faz vítima de nove anos

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Para muitos pais, o nome do jogo é familiar. Para os pais de uma criança britânica, o ‘Fortnite’ tornou-se um pesadelo, que obrigou mesmo a menina, de nove anos, a ser internada para tratamento de dependência de videojogos. Isto numa altura em que a OMS vai passar a considerar o distúrbio do jogo como uma doença.

De acordo com os meios de comunicação britânicos, em janeiro, os pais de Carol compraram-lhe uma consola, que pouco tempo depois passou a ser usada para jogar ‘Fortnite’, um jogo muito conhecido, sobretudo entre os mais pequenos.

À medida que as semanas passavam, os pais foram-se apercebendo de mudanças no comportamento da menina, que se tornou mais agressiva e que, na escola, deixou de conseguir ter as boas notas de antes. A isto juntavam-se as queixas dos professores de desatenção e falta de interesse, que os pais atribuíram a uma fase menos boa.

Foi só quando se aperceberam de pagamentos, feitos com o seu cartão de crédito, que estava a ser usado pela menina para compras no referido videojogo, que tomaram consciência de que algo se passava.

Nessa altura, começaram os ‘castigos’: de acesso ilimitado à consola, Carol passou apenas a ter autorização para jogar uma hora durante a semana e duas ao fim de semana. Uma imposição que fez com que explodisse de raiva, tendo agredido fisicamente o pai.

No entanto, as regras ficaram por cumprir. E, numa noite, os pais foram encontrá-la, sentada numa poça de urina, a jogar, algo que, acabou por confessar, fazia todas as noites ao longo de dois meses. Situação que ditou que fosse internada numa clínica, para tratamento da dependência do jogo.

Dependência de videojogos é considerada doença

Porque há vários anos se tem relatado, na imprensa académica e na prática clínica, casos de dependência de videojogos, com o “Transtorno de Jogos na Internet” a ser incluído, a partir de 2013, na classificação de transtornos mentais e comportamentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-5), a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu debruçar-se sobre o assunto.

E, mais do que isso, o transtorno do jogo, nas suas variantes on-line e off-line, acabou mesmo por ser incluído no rascunho da 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (IDC-11), que vai ser publicada ainda este mês.

Definido como “uma síndrome clinicamente reconhecível e clinicamente significativa”, este distúrbio inclui a existência de um padrão de comportamento “de tal natureza e intensidade que resulta em acentuado sofrimento ou prejuízo significativo no funcionamento pessoal, familiar, social, educacional ou ocupacional”.

Ainda de acordo com a OMS, apesar da dependência de videojogos apenas afetar uma percentagem reduzida de pessoas, quem joga videojogos deve “estar atento à quantidade de tempo que gasta em atividades destas, especialmente quando se trata da exclusão de outras atividades diárias, bem como a quaisquer alterações na sua saúde física ou psicológica e funcionamento social, que possam ser atribuídos ao seu padrão de comportamento de jogo”.

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