São vários os estudos sobre a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). Mas o mais recente conclui que o efeito da vacinação pode ser ainda melhor na prevenção da infeção do que o relatado.
Numa carta publicada na revista The Lancet, uma nova análise propõe que a vacina pode prevenir 97,6% das infeções nos próximos oito anos em mulheres vacinadas e prevê que quase elimine o risco de cancro do colo do útero em mulheres vacinadas no início da adolescência.
Uma investigação publicada anteriormente analisou os resultados de 65 artigos, com dados de cerca de 60 milhões de pessoas, que estima que a vacinação reduz a infecão pelo HPV na população-alvo em 70% no prazo de um a quatro anos e 83% dentro de cinco a oito anos após a vacinação.
No entanto, investigadores do King’s College London reviram o impacto em meninas vacinadas de 14 países e concluem que a eficácia é de 92% entre um a quatro anos após a vacinação, chegando aos 99,8% em cinco a oito anos após a toma da vacina.
O autor principal, Peter Sasieni, considera que esta análise “constata que a eficácia quase perfeita da vacinação contra o HPV em ensaios clínicos randomizados é transposta para o contextos do mundo real”.
“Estes resultados implicam que o impacto da vacinação contra o HPV na prevenção do cancro do colo do útero será ainda maior do que o estimado anteriormente.”
Mais incentivos para aumentar cobertura da vacina do HPV
Os autores esperam que estes resultados influenciem os formuladores de políticas e os levem a implementar programas de vacinação contra o HPV com elevada cobertura em adolescentes, garantindo que a produção global de vacinas seja aumentada para atender à consequente procura.
“A nossa análise enfatiza a importância de se obter uma elevada cobertura de vacinas”, afirma o coautor Jack Cuzick, da Universidade Queen Mary de Londres.