Quatro minutos diários de atividade física vigorosa reduzem muito o risco de ataques cardíacos e insuficiência cardíaca entre as mulheres de meia-idade, conclui um estudo realizado por investigadores da Universidade de Sidney, na Austrália.
“Verificámos que um mínimo de 1,5 minutos a uma média de 4 minutos de atividade física vigorosa diária, completada em rajadas curtas com duração até 1 minuto, estavam associados a melhores resultados de saúde cardiovascular em mulheres de meia-idade que não praticam exercícios estruturados”, afirma o autor principal, Emmanuel Stamatakis.
A atividade física de alta intensidade faz parte da rotina diária e sessões mais longas deste tipo de exercício estão associadas a um risco significativamente menor de doença cardiovascular. Os investigadores dizem que, dado que menos de 20% dos adultos de meia-idade ou mais velhos praticam exercício estruturado regular, praticar atividade física vigorosa pode ser uma boa alternativa.
“Tornar as breves ações de atividade física vigorosa um hábito pode ser uma opção promissora para as mulheres que não gostam de exercícios estruturados ou que não os conseguem praticar por qualquer motivo. Como ponto de partida, poderá ser tão simples como incorporar, ao longo do dia, alguns minutos de atividades como subir escadas, carregar compras, caminhar em subidas, brincar à apanhada com uma criança ou animal de estimação, ou subir ou caminhar em subidas”, refere Stamatakis
Comprovado efeitos da atividade física vigorosa
O estudo baseou-se em dados de 22.368 participantes (13.018 mulheres e 9.350 homens) com idades compreendidas entre os 40 e os 79 anos que referiram não praticar exercício regular estruturado e que utilizaram rastreadores de atividade física quase 24 horas por dia, durante 7 dias, entre 2013 e 2015.
A saúde cardiovascular foi monitorizada através de registos hospitalares e de mortalidade, rastreando eventos cardiovasculares adversos maiores, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca, até novembro de 2022.
Depois de ajustados os dados tendo em conta fatores como o estilo de vida, a posição socioeconómica, a saúde cardiovascular, as condições coexistentes e a etnia, os investigadores descobriram que quanto mais atividade física vigorosa as mulheres praticavam, menor era o risco de um evento cardiovascular grave.
As mulheres que o faziam, em média, 3,4 minutos por dia tinham 45% menos probabilidade de sofrer um evento cardiovascular grave. Tinham também 51% menos probabilidade de ter um ataque cardíaco e 67% menos probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca do que as mulheres que não o faziam.
Mesmo quando as quantidades diárias deste tipo de atividade vigorosa eram inferiores a 3,4 minutos, ainda assim estavam associadas a um menor risco de eventos cardiovasculares: 1,2 a 1,6 minutos por dia foi associado a um risco 30% menor de eventos cardiovasculares, a um risco 33% menor de ataque cardíaco e a um risco 40% menor de insuficiência cardíaca.
No entanto, os homens colheram menos benefícios com estas pequenas doses. Aqueles que praticavam uma média de 5,6 minutos diários tinham apenas 16% menos probabilidade de sofrer um evento cardiovascular grave em comparação com os que não praticavam nenhum. Um mínimo de 2,3 minutos por dia foi associado a uma redução do risco de apenas 11%.
“É importante salientar que as associações benéficas que observámos ocorreram em mulheres que se comprometeram com breves períodos de atividade física vigorosa o quase diariamente. Isto realça a importância da formação de hábitos, o que nem sempre é fácil. Mas isto não deve ser visto como uma solução rápida – não existem soluções mágicas para a saúde. No entanto, os nossos resultados mostram que mesmo uma atividade de intensidade ligeiramente pode ser a solução ideal para ajudar as pessoas a desenvolver um hábito regular de atividade física – ou até de exercício.”