Um sistema avançado de reabilitação física para pacientes acamados e com imobilidade prolongada, capaz de prevenir as complicações associadas à falta de movimento no leito, está a ser desenvolvido por um consórcio que junta empresas tecnológicas e de healthcare e duas instituições de ensino superior de Coimbra: a Escola Superior de Enfermagem (ESEnfC) e o Instituto Superior de Engenharia (ISEC).
Será um aparelho destinado a aumentar a capacidade funcional do sistema músculo-esquelético, cardíaco e respiratório, promovendo a integração de programas de exercício físico adequados à condição clínica de cada doente e, assim, contribuindo para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Para este equipamento, a criar no âmbito do denominado projeto “ABLEFIT: Desenvolvimento de um Sistema avançado para Reabilitação” (cofinanciado pelo programa Portugal 2020/Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), foi constituído um consórcio multidisciplinar, liderado pela empresa de Guimarães, ORTHOS XXI, que fabrica produtos ortopédicos e hospitalares, e do qual, além da ESEnfC e do ISEC – Instituto Politécnico de Coimbra, faz, também, parte a Wiseware, empresa de Ílhavo que se destaca em áreas como eletrónica, robótica, automação, inteligência artificial e software.
Arménio Cruz, investigador que coordena a parceria da ESEnfC neste projeto, explica que o ABLEFIT “implicará o desenvolvimento de um sistema híbrido, que permitirá a realização de programas de exercícios e movimentos para os membros superiores e inferiores, com intensidades, frequências, duração e progressão adaptadas à condição do utilizador, com possibilidades de monitorização e biofeedback dos diversos parâmetros, direcionadas à melhoria da função cardiorrespiratória, muscular e osteoarticular”.
Por sua vez, Francisco Silva, diretor-geral da ORTHOS XXI, refere que “este projeto contribuirá para cobrir uma lacuna na oferta atual, ao dar um contributo inovador para a recuperação física de pacientes quando estão, justamente, em situação mais debilitada”.
“A ORTHOS XXI não pode recusar este desafio, que permite conjugar e superar os horizontes tecnológicos e de know how da empresa, colocando-os ao serviço de um dos pilares da respetiva missão: a inovação em produtos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida dos seus utilizadores”, salienta Francisco Silva.
O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente de copromoção, com um incentivo aprovado de 800 952,84 euros, para um investimento de despesas elegíveis totais superior a 1 milhão de euros (€ 1 118 335,23). Tem um período de execução de 24 meses (até 30 de junho de 2023).