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Consumo de vinho em casa aumentou durante o confinamento

vinho em confinamento

A frequência do consumo de vinho aumentou significativamente durante o confinamento causado pelo novo coronavírus em Portugal e no resto da Europa. Isto apesar de o número de compradores ter diminuído, assim como o gasto médio por garrafa, revela um novo estudo, realizado junto de mais de 6.600 pessoas de oito países europeus (Espanha, Bélgica, Itália, França, Áustria, Alemanha, Portugal e Suíça).

Promovido pela Associação Europeia de Economistas do Vinho (EUAWE) e pelo Chaire Vins et Spiritueux do INSEEC U, o estudo pretendia avaliar a frequência de consumo de vinho, os padrões de compra, os principais fatores de compra e as consequências a longo prazo.

E revela que, em todos os países analisados, a frequência de consumo de vinho aumentou significativamente durante o confinamento.

Entre os fatores por detrás deste aumento estão a preocupação e a precariedade, associados à pandemia, que justifica um aumento no consumo de todas as bebidas alcoólicas em todos os países.

Mais do que o medo do próprio vírus, as pessoas inquiridas expressam um forte receio pelas consequências económicas desta crise de saúde, preocupação essa que tem um impacto específico no aumento da frequência de consumo de bebidas alcoólicas.

Em relação à compra de vinho, assistiu-se a uma diminuição em todos os canais, exceto online; houve uma ligeira queda nos compradores de supermercados, embora este continue a ser o canal mais usado, um colapso nas compras a vinícolas e lojas de vinhos uma redução moderada nas compras nas mercearias.

Os autores do relatório afirmam que este resultado é negativo para a indústria do vinho, pois o confinamento não apenas provocou o encerramento do canal de restauração, com uma perda relativamente mais intensa nas vendas nos vinhos mais caros, mas também no que diz respeito à compra das gamas médias para casa, que diminuiu substancialmente.

Mais consumo, mas menos dinheiro gasto em vinho

Cerca de 67% das pessoas inquiridas afirmaram não ter gasto mais dinheiro em vinho durante o confinamento, enquanto 33% declararam ter gasto mais.

Como a despesa média diminuiu, é previsível que a despesa total tenha aumentado ligeiramente devido ao aumento líquido no que diz respeito à frequência da compra e ao aparecimento de novos compradores.

O estudo destaca ainda um aumento no consumo solitário (de 25% para 32%), bem como um aumento significativo no consumo de vinho entre solteiros, sobretudo homens com rendimentos mais baixos e desempregados.