O tratamento de feridas com um extrato retirado dos mirtilos silvestres pode melhorar a cicatrização, revela um novo estudo.
As feridas crónicas, como feridas relacionadas com a diabetes e úlceras de pressão, podem ser categorizadas como “não cicatrizantes” devido à vascularização reduzida (desenvolvimento de vasos sanguíneos ricos em nutrientes) que geralmente acompanha estas condições. Vascularização essa que é necessária para a cicatrização.
Investigadores da Universidade do Maine, nos EUA, já tinha descoberto que um extrato de mirtilos selvagens melhorou a vascularização e a migração celular – etapas essenciais no processo de cicatrização – nas células do cordão umbilical humano. Agora, num novo estudo, examinaram os efeitos do extrato em feridas vivas.
Para isso, trataram um grupo de ratinhos de laboratório com um gel tópico que continha um extrato fenólico de mirtilos selvagens. E, comparando estes com os animais que foram tratados com um gel de base que não continha este extrato e com os que compunham um grupo de controlo a quem não foi administrado qualquer tratamento, o grupo tratado apresentou uma melhoria na migração de células para o local da ferida e um aumento de 12% na cicatrização da ferida.
“Os mirtilos silvestres têm o potencial de aumentar a migração celular, a formação de novos vasos sanguíneos (angiogénese) e a vascularização e acelerar a cicatrização de feridas. Isso é sobretudo importante em situações como aquelas que enfrentam as pessoas com feridas crónicas, com feridas diabéticas, queimaduras e úlceras de pressão”, explica Tolu Esther Adekeye, primeira autora do estudo.