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MiGRA Portugal leva ao Metro de Lisboa experiência imersiva para dar visibilidade à enxaqueca

enxaqueca

No próximo 12 de setembro, Dia Europeu de Ação para a Enxaqueca, a MiGRA Portugal – Associação de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias estará presente na estação de metro do Cais do Sodré, convidando todos aqueles que por lá passarem entre as 8h e as 12h e as 16h e as 20h a experienciar alguns dos sintomas debilitantes da doença, através da realidade virtual.

A iniciativa surge num contexto preocupante: estima-se que cerca de dois milhões de portugueses sofrem de enxaqueca, uma das principais causas de incapacidade em idade ativa, mas que é ainda subdiagnosticada, subtratada e estigmatizada.

“A enxaqueca continua a ser vista como ‘apenas uma dor de cabeça’, mas é a segunda causa de incapacidade a nível mundial. É uma doença neurológica incapacitante e que afeta profundamente a vida familiar, profissional e social”, afirma Madalena Plácido, presidente da MiGRA Portugal. “Queremos, por isso, dar visibilidade a esta condição, trazendo-a para o espaço público, permitindo que a população possa saber mais sobre a mesma, numa tentativa de quebrar mitos e ideias pré-concebidas, que ainda persistem.”

A experiência imersiva, desenvolvida com o apoio da farmacêutica Organon, e disponível ao público com o apoio do Metropolitano de Lisboa, recorrerá a óculos de realidade virtual, permitindo aos passageiros vivenciar, durante alguns minutos, sintomas debilitantes que milhares de pessoas sentem diariamente, como alterações visuais (aura) e sensibilidade à luz.

Um estudo recente da European Migraine and Headache Alliance (EMHA) e da MiGRA Portugal revelou que 93% das pessoas com enxaqueca se sentem incompreendidas e 74% afirmam sentir falta de compreensão até por parte de profissionais de saúde. “Com esta ação, queremos que as pessoas sintam, ainda que por instantes, o que significa viver com enxaqueca e que percebam a urgência de a reconhecer como um problema de saúde pública,” refere Madalena Plácido.

É que os números não mentem e preocupam: “de acordo com um estudo realizado pela nossa associação, 79% dos doentes têm crises com duração superior a quatro dias por mês; 14% vivem mais de metade do mês com dor; e 5% sofrem diariamente. Estamos a falar de uma doença que afeta principalmente pessoas em idade ativa, o que significa um impacto brutal na vida laboral e familiar destes doentes, com faltas ao trabalho, isolamento social e dificuldades na vida familiar”.

As mulheres são as mais afetadas, com uma prevalência da doença três vezes maior comparativamente aos homens. Mas também as crianças e adolescentes sofrem com esta doença, muitas vezes sem a compreensão de quem os rodeia.

Para Madalena Plácido, “é tempo de dar visibilidade à enxaqueca e garantir que quem sofre com esta doença seja compreendido e apoiado”. A presidente da MiGRA Portugal reforça, ainda, que “são necessárias políticas de saúde pública mais eficazes no diagnóstico e tratamento precoce nos cuidados de saúde primários; consultas especializadas em número suficiente no SNS; e programas de literacia em saúde para reduzir o estigma e aumentar o conhecimento sobre a doença”.

 

Credito imagem: Unsplash