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Nove em cada 10 pessoas em Portugal têm pelo menos um fator de risco cardiovascular

fatores de risco cardiovascular

Ainda que os números confirmem a dimensão e o peso das doenças cardiovasculares, 80% dos casos podem ser prevenidos e uma em cada três mortes evitadas através do controlo de oito fatores de risco cardiovascular modificáveis – níveis adequados de lípidos, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, sono reparador, inatividade física e alimentação saudável. Fatores que, segundo o estudo RADICAL (RAstreio DIgital do risco CArdiovascuLar), têm uma prevalência elevada nos adultos sem doença cardiovascular conhecida em Portugal: quase 9 em cada 10 têm pelo menos um e 37,2% apresentam três ou mais.

No mundo, 18,6 milhões de pessoas morrem todos os anos devido às doenças cardiovasculares, enquanto por cá as doenças do aparelho circulatório são a primeira causa de morte, responsáveis por 35.000 óbitos anuais. Números para os quais contribuem vários fatores de risco.

E além da relevância dos fatores de risco mais tradicionais, como o excesso de peso/obesidade, a hipertensão e a hipercolesterolemia, ou seja, o aumento das concentrações de colesterol no sangue, este estudo, pioneiro em Portugal, considera ainda “preocupantes” os resultados relativos à atividade física, hábitos alimentares e sono.

De acordo com os dados, mais de metade (58,4%) dos inquiridos são inativos fisicamente; 40,9% sofrem de hipercolesterolemia; 19,4% vivem com obesidade; 17,3% são fumadores e 5,8% têm diabetes. No que diz respeito à alimentação, o estudo confirma uma ingestão inadequada de frutas e vegetais por mais de metade (53%) e de carne vermelha e/ou processada por 22,2% (que ingerem mais de uma porção por dia), dando ainda conta que 78,4% adicionam sal na preparação das refeições.

A estes fatores junta-se ainda um sono pouco reparador (58,4% admitem dormir menos das sete horas recomendadas por noite) e os níveis elevados de pressão arterial, partilhados por 26,8%.

Avaliação do risco cardiovascular

Através do recurso a uma ferramenta digital e inovadora, o estudo, aprovado pela Comissão de Ética da NOVA Medical School, utilizou um questionário online para recolher informação dos participantes, mais de 4.000 recrutados através de canais digitais, entre os quais as redes sociais e perceber quais os seus fatores de risco cardiovascular.

Foi ainda proposto e apoiado pelo projeto online Cardio da Vida, fundado por Hélder Dores e José Ferreira Santos, que promove a literacia em saúde e tem como principal objetivo reduzir a mortalidade por doença cardiovascular.

Hélder Dores destaca que “os resultados do estudo RADICAL não devem ser ignorados, pois a maioria dos portugueses apresentam fatores que os colocam em risco de desenvolver um evento cardiovascular”. E José Ferreira Santos conclui que, “felizmente, o controlo desses mesmos fatores de risco só depende de cada um de nós”.

Crédito imagem: Pexels