Da inovação tecnológica à coesão social, os fundos europeus têm vindo a ser aplicados em múltiplas áreas em Portugal, com impacto direto na vida dos cidadãos. A saúde não é exceção e, na primeira edição dos Prémios dos Fundos Europeus 2025, uma iniciativa da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, não surpreende que vários dos finalistas pertençam a este setor. O destaque vai para os que conquistaram prémios: o Programa abem: Rede Solidária do Medicamento, iniciativa da Associação Dignitude, e a Estrutura Residencial e Centro de Dia José Cabrita.
Apoiado pelo PO ISE, o projeto da Associação Dignitude, que é apontado como exemplo de inovação social e solidariedade, venceu na categoria Portugal + Social por ter criado uma solução inovadora que garante que nenhum cidadão fica sem medicamentos essenciais por falta de capacidade financeira. Para isso, foi possível criar uma rede que envolve autarquias, entidades sociais e farmácias, que permite que os beneficiários acedam gratuitamente a medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde com o cartão abem:, num modelo que assegura dignidade e anonimato. Uma iniciativa que mobiliza a sociedade civil para apoiar quem mais precisa, demonstrando o poder da inovação social.
Vencedor, desta feita de uma menção honrosa, foi a Estrutura Residencial e Centro de Dia José Cabrita – Alzheimer e Demências, da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, que criou, com o apoio de um dos fundos europeus, o Algarve 2020, uma resposta inovadora para doentes com demência, aliando arquitetura inclusiva, cuidados personalizados e integração comunitária. O edifício José Cabrita, projetado com arquitetura inclusiva e sustentável, integra pátios terapêuticos, iluminação natural otimizada e ambientes acolhedores que rompem com a lógica hospitalar tradicional. Esta estrutura, que oferece internamento e centro de dia, promove a autonomia e dignidade dos utentes, sendo referência em cuidados especializados.
Além deste dois projetos, entre os 25 finalistas contavam-se ainda, na área da saúde:
- Controlo Inteligente da Infeção Hospitalar — Uma iniciativa do Hospital da Senhora da Oliveira (Guimarães), em parceria com a Universidade do Minho, para reduzir infeções hospitalares e otimizar recursos. Aqui, aplica-se a Inteligência Artificial no combate às infeções hospitalares, uma das principais causas de morte evitáveis em meio clínico. Desenvolvido em parceria com o Centro Algoritmi da Universidade do Minho, e cofinanciado por um dos fundos europeus, o Compete 2020, o projeto dotou a instituição de ferramentas inovadoras de previsão e monitorização que reforçam a segurança dos doentes e a qualidade dos cuidados de saúde.
- INNO4HEALTH — O consórcio liderado pela WISEWARE, cofinanciado pelo Compete 2020, foi um dos finalistas dos Prémios dos Fundos Europeus graças ao desenvolvimento de sensores wearable inovadores para monitorização remota de doentes vasculares. Integrando 26 parceiros de seis países, o projeto focou-se em doenças como a claudicação intermitente e o pé diabético, criando serviços inteligentes que apoiam a decisão clínica e personalizam tratamentos.
- Patologia Digital — O Instituto Português de Oncologia de Lisboa modernizou o Serviço de Anatomia Patológica com digitalização avançada e inteligência artificial. Com o apoio de um dos fundos europeus, o Compete 2020, e considerando que 95% dos tratamentos dependem da anatomia patológica, o projeto introduziu um novo Sistema de Informação Laboratorial, digitalizou lâminas histológicas e integrou plataformas nacionais de saúde, garantindo maior precisão, segurança e rapidez nos diagnósticos.
- Projeto NOVORON — A parceria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, cofinanciado pelo Compete 2020, modernizou o Registo Oncológico Nacional, assegurando dados mais fiáveis e acessíveis em tempo real, criando um resumo digital do caso de tumor e implementando ferramentas de Business Intelligence para análise rápida de indicadores.
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