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Projeto de adesivos eletrónicos para monitorização de dados de saúde conquista prémio

adesivos

O projeto E-Skins, de desenvolvimento de adesivos eletrónicos para biomonitorização de dados de saúde (como batimentos cardíacos ou atividade cerebral), é o vencedor da 3.ª edição do Prémio de Inovação J. Norberto Pires, atribuído pela Universidade de Coimbra (UC). O galardão foi entregue a Mahmoud Tavakoli, Manuel Reis Carneiro e Pedro Lopes, investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica da UC, responsáveis pelo projeto, durante o evento Inovação@UC, realizado no Convento São Francisco (Coimbra).

O projeto premiado apresenta uma solução mais prática e duradoura para doentes que necessitem de utilizar dispositivos wearable (vestíveis) para a monitorização eletrofisiológica contínua e de longo prazo de dados de saúde: uma espécie de ‘pele eletrónica’, com materiais e métodos inovadores, que pode ser usada por mais de uma semana, de forma confortável para o paciente.

“Com as E-Skins, propomos uma arquitetura inovadora de materiais e métodos para a implementação de adesivos bioeletrónicos de filme fino multielétrodo para monitorização eletrofisiológica contínua durante longos períodos. Ao contrário de outros adesivos vestíveis existentes, esta solução pode ser usada por mais de uma semana e não é afetada por rotinas diárias como exercício físico ou banho. Para os elétrodos utilizamos uma tinta condutora patenteada, que permite combinar as vantagens dos elétrodos secos (possibilidade de impressão e integridade do material) com os benefícios dos elétrodos húmidos (elevada qualidade de sinal)”, explicam os investigadores.

Estes adesivos eletrónicos, com “propriedades mecânicas semelhantes às da pele humana, melhorando o conforto do paciente e reduzindo o ruido”, apresentam ainda outras vantagens, como a produção de baixo custo e a monitorização da cada doente à distância 24 horas por dia.

“O fabrico baseado em técnicas de impressão digital permite a implementação de e-adesivos de baixo custo e específicos para cada paciente/aplicação. Além disso, o adesivo integra um sistema eletrónico miniaturizado universal para aquisição de biopotenciais através do bioadesivo e comunicação sem fios (já demonstrado em ambiente hospitalar). Esta abordagem inovadora possibilita que os pacientes sejam monitorizados 24/7 enquanto permanecem nas suas casas e mantêm as suas rotinas, acelerando o recobro e reduzindo custos para o sistema de saúde”, acrescentam Mahmoud Tavakoli, Manuel Reis Carneiro e Pedro Lopes.

“O projeto vencedor é um excelente exemplo da qualidade dos projetos de investigação e de inovação desenvolvidos na Universidade de Coimbra, com elevado potencial e orientados para as necessidades da sociedade. Destacou-se justamente entre os distintos candidatos desta edição do Prémio de Inovação J. Norberto Pires”, declara o Reitor da UC, Amílcar Falcão, que presidiu ao júri que atribuiu o galardão.

“O projeto premiado, paradigma da investigação de excelência desenvolvida na UC, honra o legado de promoção da inovação e do empreendedorismo do Professor e membro do Conselho Geral (CG) da UC Norberto Pires, que tão justamente quisemos homenagear com a criação deste galardão”, afirma a Presidente do CG, Gabriela Figueiredo Dias, vice-presidente do júri – que foi representada na entrega do prémio por Nuno Moita, membro da Comissão de Inovação, Serviço e Relação com a Comunidade do CG.

O Prémio Inovação J. Norberto Pires visa estimular e reconhecer iniciativas inovadoras concebidas e desenvolvidas por alunos, funcionários, docentes ou investigadores da Universidade de Coimbra (ou que apresentem qualquer tipo de vínculo académico ou funcional a esta instituição), constituindo uma homenagem a Joaquim Norberto Pires, pela sua excecional contribuição para a inovação na Universidade de Coimbra. O galardão, entregue anualmente, contempla a atribuição de um diploma e uma recompensa no valor de 6.000 euros.

Nesta edição, o júri decidiu atribuir duas menções honrosas. Uma para “AR73/74 – Antes da Revolução | 1973-1974”, um projeto multimédia de Clara Almeida Santos e Francisco Sena Santos, centrado num conjunto de retratos que pretendem dar uma imagem de como era Portugal nos meses imediatamente antes da revolução de 25 de Abril de 1974. E outra para EcoTechLCA, uma ferramenta de avaliação da sustentabilidade ambiental para produtos e tecnologias inovadoras nas fases iniciais de desenvolvimento (ou seja, em escala laboratorial de produção), de Jade Müller.

 

Crédito imagem: iStock

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