Já ouviu falar nos arandos, um tipo de bagas mais consumidas no norte da Europa? Se não conhece, há uma boa razão para começar a consumir: um novo ensaio clínico verificou que o seu consumo diário durante um mês melhora a função cardiovascular em pessoas saudáveis.
Publicado na revista científica Food & Function, o trabalho incluiu 45 homens saudáveis que consumiram uma quantidade de arandos em pó equivalente a 100g de arandos frescos por dia (9g de pó) ou placebo durante um mês. E aqueles que consumiram arando obtiveram uma melhoria na função do coração e dos vasos sanguíneos.
Ana Rodriguez-Mateos, professora de Nutrição no Departamento de Ciências Nutricionais do King’s College London, no Reino Unido, e autora sénior do estudo, considera que “o aumento dos polifenóis e metabólitos na corrente sanguínea e as melhorias associadas após o consumo de arandos enfatiza o importante papel que estes podem desempenhar na prevenção de doenças cardiovasculares. O facto de estas melhorias na saúde cardiovascular terem sido observadas perante uma quantidade de arandos que pode ser razoavelmente consumida diariamente, faz com que estas bagas sejam uma fruta importante na prevenção de doenças cardiovasculares para o público em geral”.
O baixo consumo de frutas e vegetais é um dos principais fatores de risco modificáveis associados a uma maior incidência de doenças cardiovasculares em todo o mundo. Evidências crescentes continuam a associar os polifenóis, compostos orgânicos encontrados nas bagas, aos benefícios para a saúde do coração. Os arandos são ricos em proantocianidinas (um tipo de polifenóis) únicas que possuem propriedades distintas em comparação com polifenóis encontrados noutras frutas.
Este estudo explorou o consumo de pó liofilizado de arandos inteiros, equivalente a 100g de arandos frescos, e o seu impacto na saúde cardiovascular. E os resultados demonstraram que o seu consumo, enquanto parte de uma dieta saudável, pode ajudar a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, melhorando a função dos vasos sanguíneos.
Christian Heiss, professor de Medicina Cardiovascular da Universidade de Surrey e coautor do estudo, refere que “estas descobertas fornecem evidências sólidas de que os arandos podem afetar significativamente a saúde vascular, mesmo em pessoas com baixo risco cardiovascular. Este estudo indica ainda que metabólitos específicos presentes no sangue após o consumo de arandos estão associados a efeitos benéficos”.