O frio aperta e com ele a necessidade de reforçar o aquecimento, o que leva muitas famílias a recorrer a sistemas para aumentar a temperatura das habitações. É aqui que entra a APSEI – Associação Portuguesa de Segurança, que alerta para a importância do uso correto dos equipamentos, de forma a evitar perdas humanas ou materiais. Aquecedores a gás, lareiras, salamandras, aquecedores a óleo, braseiros, entre outros, podem provocar incêndios ou intoxicações, sendo de extrema importância respeitar as boas práticas quando se recorre a estes sistemas.
A existência de fogo está sempre dependente de três fatores, o chamado triângulo do fogo: combustível (gás, lenha, pinhas, mantas, cobertores, cortinados, etc.), comburente (oxigénio) e energia de ativação (temperatura).
Os sistemas de aquecimento com a presença de chama, como braseiras, fogareiros, aquecedores a gás, ou lareiras, por exemplo, precisam de oxigénio (comburente) para funcionar, ou seja, estão a consumir o oxigénio existente na zona da casa onde se encontram.
Por sua vez, a combustão origina monóxido de carbono que, quando não libertado, pode ser letal. De forma a serem evitadas situações de intoxicação por monóxido de carbono, nunca feche por completo as janelas e/ou as portas do compartimento.
E é igualmente importante permitir a ventilação do espaço para evitar um incêndio, pois o isolamento do local onde se encontra o sistema de aquecimento faz aumentar a temperatura (energia de ativação) do mesmo até um ponto de ignição dos materiais presentes nesse compartimento, como cortinados, mantas, tapetes e afins.
Cuidado com o aquecimento elétrico
Deve ser sempre evitada a aproximação deste tipo de têxteis, ou árvores de natal, ou mobílias, aos sistemas de aquecimento, qualquer que seja a opção utilizada na sua casa.
Todos os materiais têm um ponto de ignição e não é necessário existir uma chama para iniciar um fogo. A temperatura é a energia de ativação de um incêndio e se, por exemplo, a mobília, árvore de natal ou mantas estiverem muito próximas da fonte de calor, podem incendiar-se.
É por este motivo que nunca se deve secar roupa nos aquecedores, pois o aumento da temperatura do têxtil pode resultar na autoinflamação.
Outro fator muito relevante para evitar incêndios encontra-se na correta seleção e instalação das extensões elétricas, não só quando utilizadas nos sistemas de aquecimento, como nos eletrodomésticos ou outros aparelhos elétricos.
Caso este utensílio não seja certificado e respeitar as normas vigentes, a sua fraca qualidade pode levar a um sobreaquecimento e/ou provocar curto-circuitos que resultam num foco de incêndio.
E se estiver escondido atrás dos sofás, mobílias ou cortinados, como acontece com frequência nas habitações, encontra-se junto ao combustível perfeito para que o incêndio se propague pela divisão, podendo tomar proporções maiores.
Prevenir para não remediar
A APSEI aconselha a que tenha sempre um sistema de ventilação no compartimento aquecido, de forma a expulsar os gases quentes e tóxicos.
Afaste todo e qualquer tipo de combustível (roupa, mantas, mobília, etc.) da fonte de calor e coloque uma proteção à frente da lareira, evitando a projeção de partículas incandescentes.
Não deite fora a cinza de lareira enquanto ainda está quente, pois iniciar um incêndio quando em contacto com o restante lixo ou com o próprio caixote de lixo. Quanto à tubagem/chaminé de salamandras, que atinge temperaturas muito elevadas, não deve colocada junto a materiais inflamáveis.
As mangueiras e os redutores utilizados nos aquecedores a gás têm uma vida útil e devem ser substituídos, evitando situações de libertação de gás, devendo-se adquirir sempre extensões elétricas certificadas, optando preferencialmente por lojas especializadas onde pode ser aconselhado pela melhor solução para a sua necessidade.
Tenha em casa equipamentos de primeira intervenção, como extintores e mantas corta-fogo.