À medida que as cidades, um pouco por todo o mundo, expandem as suas ciclovias e convidam cada vez mais os residentes a circular de bicicleta, aumenta também o risco de acidentes de bicicleta e colisões, o que reforça a necessidade de maior segurança para os ciclistas nas áreas urbanas. E porque, segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2020 mais de 60% das mortes relacionadas com bicicletas, assim como as sequelas a longo prazo foram resultado de acidentes com ferimentos na cabeça, um grupo de especialistas decidiu criar um novo capacete, destinado a evitar estas lesões.
Investigadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, em colaboração com uma empresa líder francesa em materiais especializados, desenvolveram um capacete de bicicleta mais resistente e seguro, usando uma combinação de materiais. O novo protótipo tem maior absorção de energia, ou seja, reduz a quantidade de energia transferida para a cabeça do ciclista em caso de acidente, diminuindo o risco de ferimentos graves.
Liderada pelo professor Leong Kah Fai, da Escola de Engenharia Mecânica e Aeroespacial, a equipa criou o capacete composto por um revestimento externo feito sobretudo de um novo tipo de resina termoplástica acrílica, reforçada com fibra de carbono.
“Os capacetes provaram repetidamente que desempenham um papel essencial na redução da gravidade dos ferimentos e do número de fatalidades. O nosso protótipo de capacete foi submetido a muitos testes de referência internacional e demonstrou a capacidade de fornecer uma maior proteção aos ciclistas em comparação com os capacetes convencionais.”
Segurança reforçada com novo material
Os capacetes para bicicletas têm dois componentes. O primeiro é um invólucro externo, geralmente feito de um plástico produzido em massa, como o policarbonato. Segue-se uma camada de espuma de poliestireno expandido, o mesmo material usado em embalagens de produtos e caixas para viagem.
A casca externa é projetada para rachar com o impacto, a fim de dissipar energia por toda a superfície do capacete. A camada de espuma então comprime e absorve a maior parte da energia do impacto, de forma que menos energia seja transferida para a cabeça.
O capacete desta equipa substitui o invólucro externo de policarbonato convencional por um que usa uma resina especial, chamada Elium®, reforçado com fibra de carbono.
Esse reforço torna a casca externa mais dura, rígida e menos quebradiça do que uma casca de policarbonato, aumentando também o tempo de contacto do capacete, que é o tempo total de impacto em que o capacete sofre a carga de impacto.
Essas propriedades permitem que o revestimento externo absorva mais energia de impacto por um período mais longo, ao mesmo tempo que a dissipa uniformemente por todo o capacete, o que tem como resultado menos força geral a atingir a cabeça, reduzindo assim o risco de lesão crítica.
Capacete pronto para produção
O capacete foi alvo de vários testes, tendo cumprido todas as normas de segurança reconhecidas internacionalmente para capacetes.
E os cientistas confirmam que é mais fácil de produzir do que um capacete convencional, graças ao uso da nova resina, que simplifica o processo de fabrico.