
São crescentes, para os idosos, os riscos de desenvolverem doenças crónicas, como diabetes tipo 2, demência e doenças cardíacas, mas navegar pelo sistema de saúde para gerir o que os aflige nem sempre é uma tarefa fácil. Mas há alguns passos simples que podem ajudar os mais velhos a protegerem a sua saúde e independência, deixados aqui por uma especialista da Penn State Health, nos EUA.
Em primeiro lugar, os idosos devem conversar com amigos e familiares, fazer perguntas e aprender com as experiências de outras pessoas, defende Maria Radwanski, especialista do Penn State Health Milton S. Hershey Medical Center.
“É comum que uma pessoa que nunca teve problemas de saúde e de repente se depare com algum tenha dúvidas ao navegar pelo sistema de saúde”, refere. “Antes de isso acontecer, converse com amigos que estão a lidar com problemas de saúde, sobretudo se tiverem estado no hospital, para ouvir sobre as suas experiências, para que tenha uma ideia melhor de como pode ser.”
É importante também que realizem os cuidados preventivos, como exames de saúde recomendados e exames físicos regulares. E, se tiverem problemas de saúde, levar um amigo de confiança ou ente querido para a consulta pode ser muito útil.
“É muito importante que um doente entenda o que o médico diz”, afirma Radwanski. “Muitas vezes, não vai digerir completamente o que o médico está a dizer. Aconselho os idosos a ter outra pessoa na consulta, com caneta e papel para anotar tudo e garantir o acompanhamento adequado.”
Outro conselho passa por criar uma lista de medicamentos e preocupações. A especialista recomenda aos idosos que façam uma lista, e a mantenham atualizada, de quaisquer dúvidas ou preocupações relacionadas com a sua saúde, incluindo quaisquer alterações ao seu histórico médico ou novos sintomas que possam ter, e levá-la à consulta.
Devem ainda ter uma lista de todos os medicamentos prescritos e de venda livre, incluindo quaisquer suplementos que tomem, juntamente com as suas dosagens.
Finalmente, um cenário comum com entes queridos idosos é que podem sentir-se desconfortáveis a pedir ajuda, ou podem nem perceber que precisam. E os seus filhos adultos ou amigos de confiança podem não saber como conversar com eles sobre as suas necessidades. Mas quando as conversas essenciais são adiadas, por norma ocorrem já numa situação de crise, alerta Radwanski. Nesse ponto, “muita emoção” pode fazer com que as coisas sejam expressas em raiva, frustração ou medo.
“Vai querer obter permissão para ter essas conversas com a sua mãe ou pai, tia ou tio agora, antes de uma crise médica”, diz Radwanski. “Entre com amor e respeito, de preferência numa conversa cara a cara. Deixe-os saber o quanto eles são acarinhados, que quer o melhor para eles e que tem algumas preocupações que gostaria de discutir com eles. Então peça permissão para o fazer.”