Nem suplementos, nem super-alimentos, nem vitaminas ou que tais, os especialistas são unânimes: não há nada que se possa comer ou tomar que vai impedir a infeção pelo novo coronavírus. No entanto, uma boa nutrição aumenta a imunidade e ajuda a ser o mais saudável possível caso a COVID-19 ataque.
Philip Calder, da Universidade de Southampton, e Adrian Martineau, da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, são ambos especialistas de nutrição e, durante um webinar organizado pelo International Life Sciences Institute, enfatizaram que uma dieta equilibrada é importante no caso de infeção.
Ter um sistema imunitário que funcione bem é essencial para uma defesa robusta contra agentes patogénicos. Segundo Philip Calder, vários tipos de células desempenham papéis distintos nas defesas imunitárias e trabalham juntas para combater vírus e bloquear a sua replicação.
Ainda de acordo com o especialista, a obesidade ou lesões pulmonares anteriores prolongam o impacto do vírus e aumentam a necessidade de suporte ventilatório.
No que diz respeito a nutrientes, defende que, se o zinco e o selénio forem mantidos em níveis adequados no corpo, a resposta imunitária parece ser mais forte.
O peso da nutrição
Adrian Martineau trabalha com pessoas que sofrem de doenças respiratórias e considera que a vitamina D e outros micronutrientes desempenham um papel importante na modulação da resposta imunitária, ainda que continuem os estudos sobre o tema.
Dados oriundos de França e de outros países parecem ir ao encontro dos benefícios desta vitamina, havendo uma investigação que se encontra mesmo focada em perceber se os anticorpos protetores passam para os bebés através do leite materno.
Martineau considera que a lavagem das mãos e a manutenção da distância social são as melhores formas de evitar a infeção, defendendo que a nutrição, encarada de forma isolada, não impede que alguém seja infetado, ainda que possa ajudar na resposta imunitária.