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Doentes exigem acesso de proximidade a medicamentos hospitalares

medicamentos hospitalares SNS

Várias associações de doentes decidiram juntar-se na assinatura de uma Carta Aberta, endereçada aos decisores políticos, onde se exige a manutenção da entrega de proximidade dos medicamentos hospitalares a todas as pessoas que vivem com doenças crónicas.

Para ter acesso à medicação de que necessitam, muitos doentes crónicos têm de a ir buscar ao hospital, o que envolve, em alguns casos, deslocações de centenas de quilómetros.

“Encontrar uma solução que permita a quem vive com uma doença crónica ter acesso à sua medicação hospitalar diretamente na sua residência ou num local próximo é uma necessidade identificada há muitos anos”, é a exigência agora feita por 12 associações de doentes, que confirmam a dificuldade, para muitos, configurada pela deslocação ao hospital para recolha da medicação.

Dificuldades que se traduzem também em consequências na adesão ao tratamento, denunciam.

Durante a pandemia, a existência de um serviço que, sem custos para o utente ou para o Serviço Nacional de Saúde, permitia aos doentes ter acesso à medicação sem a obrigatória deslocação ao hospital, permitiu dar resposta a esta questão. No entanto, deixou de estar disponível no fim de maio.

O que significou que, em vez de poderem ir buscar a medicação, essencial para a gestão da sua doença, a uma farmácia mais próxima, passaram a ter, como antes, de se deslocar aos hospitais.

Outros, “por medo ou dificuldades económicas, deixaram mesmo de tomar os medicamentos”, denunciam as associações, que esperam “uma solução definitiva que sirva todas as pessoas que necessitam de medicação de dispensa exclusiva hospitalar de uma forma crónica”.

A vantagem da entrega de proximidade dos medicamentos hospitalares

“Apesar dos alertas feitos pelas várias associações representantes dos doentes, a tutela remeteu para o
próximo setembro a apresentação de uma proposta concreta”, refere o documento.

É por isso que, na Carta Aberta, pedem que se permita “a dispensa da medicação hospitalar na residência ou um local próximo, assegurando-se a equidade em todo o território continental e ilhas”, evitando “a exposição dos doentes crónicos, muitos deles imunodeprimidos, a ambientes de possível contágio por doenças infecciosas, tal como a Covid-19″.

Tudo isto, sem esquecer o cumprimento ” de todas as garantias de qualidade, segurança, rastreabilidade, proteção de dados e confidencialidade”, assim como a o respeito pelas “necessidades e preferências de cada pessoa”, evitando-se deslocações desnecessárias e diminuindo a afluência de doentes às unidades de saúde sem necessidade expressa”.

No mesmo documento, as associações reforçam que a solução criada durante a pandemia se traduziu em poupanças:
“30,4% dos doentes evitaram faltar meio dia ou mais ao trabalho (sendo que 49% das pessoas abrangidas estão em situação de desemprego ou reforma ou são pensionistas)”, tendo sido, “em média, por cada dispensa, evitada uma deslocação de 101 km, viagem de ida e volta para levantamento dos medicamentos na farmácia do hospital respetivo”.

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