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Novo método de ressonância magnética melhora diagnóstico de doença do fígado

fígado

Um estudo multinacional, que envolveu 802 pessoas, dos quais 154 portugueses, e que contou com a participação da Universidade de Coimbra (UC), revela que uma nova técnica de ressonância magnética pode contribuir para melhorar o diagnóstico e acompanhamento de doenças do fígado, sobretudo a doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica, que consiste no excesso de gordura nas células do fígado.

Nesta investigação, que contou com a  participação de adultos da Alemanha, Países Baixos, Portugal e Reino Unido, foi utilizada a LiverMultiScan, uma técnica de ressonância magnética não invasiva, que permite a recolha de imagens com precisão e a identificação de biomarcadores para monitorizar a doença.

Esta tecnologia, desenvolvida pela Perspectum, empresa multinacional especializada no desenvolvimento de tecnologia médica, possibilita uma abordagem não invasiva para diagnosticar e monitorizar doentes com doenças crónicas do fígado, como a doença hepática esteatótica, a hepatite autoimune e a hepatite viral.

É uma abordagem de diagnóstico e de seguimento da doença que pode, assim, trazer vários benefícios tanto para os doentes, como para os sistemas de saúde, uma vez que pode reduzir, por exemplo, o número de biópsias feitas atualmente para diagnosticar a doença, assim como diagnosticar com maior precisão e melhorar o acompanhamento dos doentes.

Ferramenta evita biópsia do fígado

A equipa de investigação conseguiu mostrar que a LiverMultiScan é uma ferramenta económica, capaz de melhorar as taxas de diagnóstico e que pode evitar biópsias desnecessárias, sendo ainda uma opção sem dor para o doente.

Assim, esta abordagem de diagnóstico “permite que um procedimento não invasivo evite a realização de biópsia do fígado, com melhoria da relação custo-benefício, permitindo diagnosticar mais pessoas, mais rapidamente e com menos visitas médicas”, revela Miguel Castelo-Branco, docente da Faculdade de Medicina da UC (FMUC), diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde, e um dos autores do estudo.

Em Portugal, este estudo contou com o envolvimento da UC, da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) e de vários centros de saúde da Região Centro, envolvendo uma equipa multidisciplinar, que contou também com a participação do docente da FMUC, Filipe Caseiro Alves, e de equipas clínicas da ULS Coimbra.

No contexto português, por exemplo, “esta técnica corroborou a melhoria na qualidade de vida, e mostrou, ao mesmo tempo, diferenças assinaláveis com os outros países ao nível da oferta e custos dos cuidados de saúde”, explica Miguel Castelo-Branco. “Curiosamente a discrepância entre a elevação inicial dos custos e os benefícios a longo prazo foi mais acentuada em Portugal, o que tem impacto na implementação de estratégias de promoção da saúde”, acrescenta.

Os resultados do estudo são apresentados num artigo científico publicado na revista Communications Medicine, editada pela Nature.

Crédito imagem: iStock

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