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Jovens investigadores portugueses ganham bolsa para desenvolver pensos capazes de tratar feridas crónicas

investigadores querem tratar feridas crónicas

Uma nova forma de tratar as úlceras de pressão, um tipo de feridas crónicas, é o que pretendem dois recém-diplomados da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC), que estão a trabalhar no desenvolvimento de pensos hidrocolóides para tratamento de feridas crónicas. Um trabalho distinguido com uma bolsa inovação e empreendedorismo StartUp Voucher, atribuída pelo IAPMEI.

Carolina Melo e Rúben Nunes, que terminaram a licenciatura em Ciências Biomédicas Laboratoriais em outubro, vão receber até 12 meses de financiamento (a bolsa é renovada a cada quatro meses) para desenvolver o projeto “HIDGUP – Hidrocolóide de Galactomanana: Nova abordagem no tratamento de Úlceras de Pressão”.

O objetivo dos investigadores passa por encontrar uma nova abordagem – mais económica e eficaz – para o tratamento de feridas crónicas, como as úlceras de pressão.

Predominantes sobretudo na população idosa e acamada, as úlceras de pressão são provocadas pela diminuição de circulação sanguínea e habitualmente tratadas com recurso a pensos que promovem a regeneração de tecidos e aceleram o processo de cicatrização.

No entanto, este tipo de materiais é ainda dispendioso, estimando-se que o tratamento de feridas crónicas tenha um impacto financeiro de quatro a seis mil milhões de euros por ano nos sistemas de saúde europeus.

Em alternativa aos pensos já existentes no mercado, Carolina Melo e Ruben Nunes propõem uma gama de pensos hidrocolóides, constituídos por polissacarídeos extraídos da planta Adenanthera pavonina. Os dois investigadores acreditam que este novo produto, ainda em fase de desenvolvimento, pode afirmar-se como “uma alternativa viável e eficaz”, para “a resolução de um problema de saúde pública com grande impacto financeiro e social”.

Esta nova abordagem ao tratamento de feridas crónicas já tem vindo a ser alvo de estudo pela ESTeSC. Em 2019/20, a Escola integrou um consórcio de investigação luso brasileiro (com o Instituto Federal do Maranhão e a Universidade Federal do Maranhão e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão), precisamente no âmbito desta temática. O projeto – ao qual Carolina Melo e Rúben Nunes dão, agora, continuidade – terminou em junho passado.

 Durante os próximos meses, os investigadores vão realizar os primeiros ensaios microbiológicos nos laboratórios da ESTeSC, esperando apresentar o primeiro protótipo do novo penso no início do 2021.

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