Por certo já ouviu falar nas hérnias ou até já foi vítima de uma. Mas afinal de que se trata e como se pode resolver? Michael Abboud, líder da Divisão de Cirurgia Geral e presidente do Departamento de Cirurgia do Penn State Health St., nos EUA, explica tudo.
As hérnias são problemas comuns, que podem “desenvolver-se em vários locais diferentes” refere o especialista, que acrescenta que “podem estar presentes no nascimento ou desenvolver-se mais tarde na vida, por uma série de razões”.
“Embora tipicamente associemos o levantamento pesado ou atividade extenuante ao desenvolvimento de uma hérnia, outros defeitos congénitos da parede abdominal podem levar à sua formação”, acrescenta.
Mas afinal o que é uma hérnia? De acordo com a Sociedade Portuguesa da Hérnia e Parede Abdominal, Trata-se de “um defeito (buraco) na parede abdominal, através do qual sai conteúdo intra-abdominal, podendo ser gordura, intestino ou bexiga”, sendo possível o desenvolvimento de vários tipos, como inguinal (virilha), umbilical ou epigástricas.
Dizem os especialistas que a maioria das hérnias adquiridas forma-se quando há perda da integridade mecânica dos músculos da parede abdominal e tendões necessários para conter as vísceras e suportar o tronco. As doenças genéticas ou sistémicas podem predispor os doentes à formação deste tipo de problemas, enquanto a cicatrização defeituosa de feridas após cirurgia e a reparação pode levar à formação de outro tipo de hérnias.
Outras condições e fatores de risco exclusivos das individuais incluem tosse crónica, tabagismo, levantamento de pesos, esforço, obesidade e gravidez.
Sintomas e formas de tratamento das hérnias
Os sinais e sintomas de uma hérnia podem variar tendo em conta a sua localização e tamanho: as mais pequenas podem ser assintomáticas ou ter diferentes graus de sintomas, incluindo dor ou desconforto, mas na maioria das vezes, os doentes queixar-se-ão de uma protuberância algures na parede abdominal. A tosse ou tensão pode produzir ou agravar a dor ou o desconforto.
Embora qualquer hérnia da parede abdominal possa apresentar complicações, muitas destas não são frequentemente reconhecidas se estiverem assintomáticas, até se poderem apresentar como obstrução intestinal.
Mas existe tratamento, seja através de cirurgia aberta ou de técnicas minimamente invasivas, tais como cirurgias laparoscópicas e robóticas assistidas. “Em todos os casos, adaptamos as recomendações de tratamento ao cenário de cada doente”, explica Abboud. “É importante assegurar que os doentes são instruídos sobre o seu diagnóstico e opções de tratamento para que se sintam confortáveis com o seu médico e plano de tratamento.”
