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Cancro da próstata continua a ser o 2º mais comum nos homens

cancro da próstata

Apesar de ser o segundo tipo de cancro mais comum no homem, o cancro da próstata é também o que “apresenta uma das taxas de sobrevivência mais elevadas, face a outros tipos de cancro”. Quem o diz é Pedro Madeira, médico oncologista e um dos representantes da Sociedade Portuguesa de Oncologia que, a propósito do Dia Mundial de Combate ao Cancro da Próstata, que se assinala a 17 de novembro, reforça a importância do diagnóstico precoce.

Até porque, acrescenta, continua a ser “a oitava causa de morte por cancro a nível mundial (397.430 casos) e quinta na Europa (115.182), ocupando o sexto lugar em Portugal (2083)”.

No entanto, “o seu prognóstico, quando diagnosticado numa fase inicial, é favorável, pois o cancro da próstata apresenta normalmente um crescimento lento tanto a nível local, como na capacidade de disseminação à distância (metastização para outros órgãos, sendo o mais comum o osso)”, refere o especialista.

O papel das mutações genéticas no cancro da próstata

As mutações nos genes BRCA (BRCA1 + BRCA2) têm uma prevalência de, aproximadamente, 10% nos tumores da próstata. Segundo o médico, “efetuar a pesquisa para identificação destas mutações é fundamental nos casos de cancro da próstata metastizado ou nos doentes que apresentam características clínicas de doença agressiva”. Isto porque “existem, neste momento, fármacos/terapêuticas-alvo (inibidores da PARP) que podem ser utilizados no tratamento de primeira linha do cancro da próstata metastizado resistente à castração (CPmRC)”.

Mas é importante também porque, “ao ser conhecida a presença de uma mutação num doente com cancro da próstata, imediatamente os seus familiares diretos de primeiro grau (ascendentes e descendentes) e irmãos, devem ser avaliados em consulta de Genética Médica, para verificação do risco genético individual e consequente plano de seguimento, que podem incluir eventuais medidas terapêuticas profiláticas ou adequada vigilância clínica e imagiológica”.

No que diz respeito à realização do teste, o médico refere que os doentes com indicação para o realizar são aqueles que apresentam doença metastizada ou histologia de doença de alto ou muito alto risco; que, pela história familiar, tenham pelo menos um familiar com cancro da mama com < 50 anos, cancro da mama triplo negativo em qualquer idade, cancro da mama no homem, em qualquer idade, cancro do ovário em qualquer idade, cancro do pâncreas em qualquer idade; ou ainda aqueles que tenham história familiar de três ou mais casos de cancro da próstata e/ou da mama em familiares do mesmo lado da família.

Informação e ação melhoram resultados

Para todos aqueles impactados pela doença, a informação é, defende o especialista, muito importante e deve começar pelo médico oncologista ou urologista. “Felizmente, existem ainda múltiplas fontes de informação on-line, de instituições de saúde, associações de doentes ou sociedades médicas, internacionais e nacionais, que podem e devem ser consultadas, permitindo até a impressão de documentos elaborados especificamente para doentes.”

Ao conhecimento deve juntar-se a ação: “podem e devem ainda manter hábitos de vida saudável, que incluem a realização de atividade física regular, ajustada à idade e condição clínica do doente; uma alimentação saudável e equilibrada, como seja a nossa dieta mediterrânea; a ausência de hábitos tabágicos (principal causa evitável de cancro e fator de risco para múltiplas patologias crónicas); a ausência de ingestão etílica regular (hábitos alcoólicos), que condiciona múltiplas comorbilidades; estas podem impactar na realização do melhor tratamento oncológico indicado”.

Crédito imagem: iStock

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