O cancro da pele é um dos cancros mais frequentemente diagnosticados, apesar de ser um dos tipos mais evitáveis. “A grande maioria dos cancros da pele é causada pela exposição ao sol ao longo da vida”, afirma Jeffrey M. Farma, oncologista cirúrgico e Presidente da Comissão do American College of Surgeons on Cancer. “Quando se trata de cancro da pele, a prevenção é fundamental.”
De acordo com o especialista, que preside ao departamento de cirurgia do Fox Chase Cancer Center, nos EUA, e é diretor cirúrgico do Programa de Melanoma e Cancro da Pele, é importante recordar que qualquer pessoa pode contrair cancro da pele, mesmo que não se queime facilmente, e que a doença é normalmente diagnosticada tanto em populações mais velhas como em populações mais jovens.
“Temos visto pacientes jovens na casa dos 20 anos que se bronzeiam muito e usam salões de bronzeamento e que, infelizmente, são diagnosticados com cancro da pele”, refere Farma. “Esse diagnóstico pode mudar completamente a sua vida.”
O especialista partilha três dicas para se proteger enquanto desfruta do tempo ao ar livre:
– Aplicar corretamente o protetor solar, mesmo em dias nublados: Quando planeia estar ao ar livre, usar um protetor solar de largo espetro com um FPS de pelo menos 30 é uma das coisas mais inteligentes que pode fazer pela sua saúde, mesmo que tenha tendência para se bronzear e não se queimar, observa o médico. “Não são apenas as pessoas com pele clara e sardas que contraem cancro da pele. É possível contrair cancro da pele com qualquer pigmentação da pele”, afirma.
Aconselha, por isso, a aplicação de protetor solar durante todas as estações, incluindo o inverno, uma vez que qualquer exposição prolongada ao sol pode causar danos na pele. Certas atividades, como andar de barco ou esquiar, podem criar condições particularmente perigosas, uma vez que a água e a neve são refletoras e podem aumentar a exposição aos raios UV.
Embora o uso de protetor solar seja um dos esforços preventivos mais importantes, só funciona se for aplicado correta e frequentemente. “Muitas pessoas usam muito pouco protetor solar e não o reaplicam”, afirma.
É aconselhável a reaplicação do protetor solar nas partes expostas do corpo de duas em duas horas, sobretudo depois de nadar ou transpirar muito. Definir um lembrete no telemóvel pode ajudar a recordar quando se deve reaplicar o protetor solar e, para quem usa um protetor solar em spray, há que evitar inalá-lo e pulverizá-lo longe de crianças e animais de estimação.
Além disso, a utilização de vestuário e chapéus com proteção UV pode acrescentar mais uma camada de proteção quando estiver ao ar livre.
– Rodear-se de informações credíveis: Há que procurar informações de fontes fiáveis. O aumento dos meios de comunicação social significa que há mais informação ao alcance de todos e que a desinformação médica proveniente de fontes pouco fiáveis se espalha mais rapidamente. “Por exemplo, algumas pessoas pensam que fazer um bronzeado inicial ou uma queimadura no verão é saudável e proporciona proteção contra queimaduras durante o resto do verão”, afirma Farma. “Isso é um grande equívoco; é prejudicial e coloca-o em risco de exposições solares prejudiciais.”
Outro equívoco preocupante: posts on-line que associam o uso de protetor solar ao cancro, um equívoco que Farma observa não ser baseado em investigação credível.
“O protetor solar tem um historial comprovado e o benefício de diminuir o risco de exposição aos raios UV”, afirma. Um dermatologista ou médico de cuidados primários pode oferecer recomendações credíveis para a prevenção do cancro de pele, dependendo do historial de saúde e dos hábitos de cada um, como o trabalhar ao ar livre ou utilizar salões de bronzeamento, o que pode aumentar o risco deste tipo de cancro.
Também podem ajudar a responder a perguntas sobre os diferentes tipos de protetores solares disponíveis, que são normalmente de base química ou mineral e funcionam de forma diferente para proteger a pele da exposição aos raios UV.
– Estear atento a quaisquer alterações na pele: Tal como a maioria dos cancros, a deteção precoce é fundamental para evitar que se torne mais grave. Farma recomenda estar atento a quaisquer alterações na pele, mesmo em áreas do corpo que não estão frequentemente expostas ao sol. “Existem cancros de pele raros que ocorrem nas palmas das mãos, plantas dos pés, debaixo das unhas ou noutros locais que podem levar a problemas significativos quando há um atraso no diagnóstico”, afirma.
Ao identificar rapidamente potenciais áreas de preocupação e ao comunicá-las ao médico de cuidados primários ou dermatologista, os resultados do cancro da pele podem ser muito melhorados.