Na União Europeia, as lesões ou doenças relacionadas com o trabalho custam qualquer coisa como 467 mil milhões de euros por ano; na Austrália, o valor chega aos 30 mil milhões de dólares; no Canadá, aos 29,4 mil milhões e no Reino Unido aos 18,8 mil milhões de libras. Agora, um novo estudo mostra como a economia global pode recuperar estes milhões perdidos todos.
Uma nova investigação, publicada na revista científica Safety Science, revela que as empresas que oferecem condições de trabalho saudáveis aos funcionários, incluindo relações de apoio com os supervisores, valorizando as competências e a autonomia e minimizando o stress, reportam muito menos dias perdidos por pedido de indemnização dos trabalhadores.
Investigadores do Observatório Global do Clima de Segurança Psicossocial da Universidade do Sul da Austrália compararam as condições de trabalho em 100 organizações australianas com 12.000 pedidos de indemnização de colaboradores feridos, identificando a causa raiz dos atrasos nas pessoas que regressam ao emprego após lesões ou doenças laborais.
E verificaram que as organizações com um clima de segurança psicossocial fraco relataram 160% mais dias de folga devido a lesões ou doenças no local de trabalho, em comparação com organizações com um clima elevado (177 dias vs 68 dias).
Da mesma forma, os custos com lesões ou doenças foram 104% maiores em organizações com clima de segurança psicossocial muito baixo versus organizações com clima de segurança psicossocial alto (US$ 67.260 versus US$ 32.939 por funcionário).
“As nossas descobertas mostram que um clima psicológico saudável nos locais é essencial se as empresas quiserem reduzir a perda de tempo de trabalho e os custos relacionados com lesões e doenças no local de trabalho”, refere a professora Maureen Dollard.
“Além de um clima de segurança psicossocial forte, os fatores mais importantes na previsão de um regresso mais rápido ao trabalho incluíam o grau de satisfação e recompensa do seu trabalho, o grau de apoio do supervisor, se as suas competências eram potencialmente adaptáveis e o grau de autonomia na sua função.”
As profissões mais comuns apresentadas nos dados de sinistros eram enfermeiros, policiais e assistentes pessoais, enquanto as lesões relacionadas com os músculos representaram a maior parte das reclamações.
“Estas descobertas fornecem mais provas de que locais de trabalho ‘saudáveis’ são importantes”, afirma Dollard. “Eles não são importantes apenas para a nossa saúde psicológica e para prevenir lesões aos trabalhadores, mas o clima de segurança psicossocial é igualmente importante após uma lesão ou doença. E construir uma organização com um destes climas forte ajudará a reduzir o tempo perdido e também a reduzir custos através de uma melhor prevenção e gestão de lesões.”
