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Fatores económicos afetam saúde emocional de mais de metade dos jovens portugueses

saúde emocional

Quatro em cada 10 portugueses das gerações Z e Millennial sentiram desconforto emocional frequentemente no último ano, revelam os dados do III Inquérito FutURe, que trouxe à tona preocupações significativas relacionadas com a saúde emocional.

Dados que confirmam, de forma clara, que a saúde dos jovens a este nível é fortemente impactada pelos fatores económicos: a situação financeira (64%), a incerteza sobre o planeamento familiar futuro (47,6%) e a remuneração/condições de trabalho (46%) estão no topo das preocupações que afetam a saúde emocional dos jovens.

Neste campo, a importância do apoio das empresas destaca-se, com os jovens inquiridos a pedirem medidas como uma maior flexibilidade no trabalho (75,7%) e benefícios de saúde adequados (75,7%).

“As profundas alterações que o mercado de trabalho tem sofrido e as mudanças nas perceções sociais do futuro, mudaram o paradigma. Hoje, há uma consciência crescente da importância dos cuidados pessoais e do tempo livre, com a tónica a ser colocada na qualidade de vida, no equilíbrio entre a vida profissional e familiar e no ambiente”, afirma Ana Carina Valente, psicóloga e docente do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA).

O II Inquérito FutURe: “O que move os jovens europeus?” já demonstrava que quase 100% dos jovens consideram a sua saúde emocional como um dos aspetos mais importantes das suas vidas e 76% afirmaram pensar na sua saúde emocional regularmente ou sempre. Mas os dados deste ano vêm comprovar os aspetos que afetam esta mesma saúde emocional.

As gerações Millennial e Gen Z também enfrentam uma série de desafios e preocupações emergentes, especialmente no que diz respeito ao impacto das redes sociais e da inteligência artificial. Quando questionados sobre as redes sociais, 61% dos jovens afirmam que estas lhes provocam desconfiança devido à rápida propagação de notícias falsas, enquanto 51% se sentem sobrecarregados por informação em excesso. Além disso, 48,6% admitem que estas plataformas contribuem para sentimentos de inadequação em relação à sua aparência e estilo de vida.

A falta de conhecimento relativamente a fatores relacionados com a fertilidade e a sua preservação, também foi evidenciada. Apesar da importância crescente da parentalidade para o futuro da sociedade, mais de 90% dos jovens inquiridos não consideram o relógio biológico uma prioridade. Isto pode estar a contribuir para o agravamento do envelhecimento populacional, sobretudo devido à falta de conhecimento sobre saúde reprodutiva.

Em Portugal, 78% dos jovens revelaram desconhecer praticamente tudo sobre a reserva ovárica, uma estatística superior à média europeia de 72%. Esta falta de informação pode ter um impacto significativo no planeamento familiar, num momento em que a Europa enfrenta uma crise de natalidade.

 

Crédito imagem: Unsplash

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