O aumento do stress pode causar agravamento dos sintomas respiratórios e diminuição da qualidade de vida em pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), revela um novo estudo, publicado na revista Chronic Obstructive Pulmonary Diseases: Journal of the COPD Foundation.
A DPOC, uma doença pulmonar inflamatória que abrange diversas condições, incluindo bronquite crónica e enfisema, e pode ser causada por fatores genéticos e irritantes como o fumo ou a poluição, é a quarta principal causa de morte no mundo.
O stress percebido é utilizado para descrever o quão sobrecarregada ou stressada uma pessoa se sente com base na sua compreensão pessoal da situação. É um fator psicossocial, juntamente com a solidão, o isolamento social e o apoio emocional, que comprovadamente impactam os resultados de saúde nas pessoas com doenças crónicas.
Este novo estudo avaliou como a obesidade, a má alimentação e a qualidade do ar interior afetam ex-fumadores com DPOC que vivem em áreas urbanas de baixo rendimento. Os autores examinaram a associação entre o stress percebido na saúde respiratória e na ativação plaquetária, o stress oxidativo e a inflamação sistémica, todos processos biológicos que podem contribuir para a DPOC.
“Há cada vez mais evidências de que os fatores psicossociais, incluindo o stress percebido, estão associados ao agravamento dos sintomas respiratórios em pessoas com DPOC”, afirma Obiageli Lynda Offor, médica e especialista em saúde pública na Johns Hopkins Medicine e principal autora do estudo.
“A ativação plaquetária, que pode contribuir para a inflamação, e o stresse oxidativo, que pode levar a danos celulares e teciduais, também são afetados pelo aumento do stress percebido”, acrescenta.
“Embora o nosso estudo tenha examinado um pequeno grupo de doentes, os nossos resultados demonstram a necessidade de mais investigação sobre a forma como o stress percebido afeta a saúde respiratória e a importância de abordar os fatores psicossociais para ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas.”