Chama-se ‘Saúde Oral Para Todos’ e dá nome a um evento que, esta terça-feira, resultou na assinatura de protocolos de colaboração entre 65 municípios e as cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS), para permitir mais médicos dentistas nos cuidados de saúde primários.
A meta tinha sido definida pelo Governo que, no seu Programa para a Saúde, estabelecia a criação de pelo menos um gabinete de saúde oral por agrupamento de centros de saúde até ao fim desta legislatura.
Em 2016 tiveram início as experiências-piloto, em 13 centros de saúde, replicadas depois noutras regiões. Hoje, contam-se já 63 gabinetes de saúde oral nos cuidados de saúde primários de norte a sul do País.
Foi na sequência desta experiência e como resultado da mesma que, de olhos postos na importância da saúde oral, essencial para o bem-estar físico, mental e social das populações, o Ministério da Saúde decidiu ir mais longe. Agora, quer aumentar e melhorar a cobertura dos cuidados de saúde oral ao nível dos cuidados de saúde primários.
Rácio médico/doente a descer
De acordo com os dados da Ordem dos Médicos Dentistas, Portugal atingiu no ano passado um rácio de um médico dentista por 1.033 habitantes, praticamente o dobro da recomendação da Organização Mundial de Saúde – um médico dentista por 2.000 habitantes.
Em termos relativos, e tendo em conta o número de profissionais inscritos naquela organização, é no Baixo Alentejo e no Alentejo Litoral que se encontram menos médicos dentistas ativos por habitante.
No reverso da medalha, com um menor rácio de número de habitantes por médico dentista estão a Área Metropolitana do Porto, Região de Coimbra, Viseu Dão-Lafões, Terras de Trás-os-Montes, Cávado e Área Metropolitana de Lisboa, que ultrapassam mesmo a média nacional.
Desta forma, a Ordem considera que, tendo em conta o número previsto de médicos dentistas ativos em Portugal e a diminuição do número de habitantes em território português, a partir do próximo ano, exista um médico dentista para menos de 1.000 habitantes.