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5 coisas a saber sobre cancro do pâncreas

cancro do pâncreas

De acordo com os dados do Globocan referentes a 2020, nesse ano contaram-se 1.792 casos de cancro do pâncreas em Portugal, sendo o tumor responsável por 1.770 mortes, o que o torna o 6.º mais mortal no nosso país. Especialistas da Mayo Clinic, nos EUA, revelam cinco coisas que todos deveriam saber sobre este tipo de tumor.

1. O cancro do pâncreas é agressivo e causa sintomas não específicos

“Para 50% dos doentes no momento do diagnóstico, notamos que o cancro já se espalhou do pâncreas para outros órgãos, o que significa um tumor com metástase em estadio quatro”, afirma o especialista.

E isto acontece porque as células do cancro do pâncreas são particularmente agressivas, acumulando-se e formando tumores que se espalham para os órgãos periféricos rapidamente, raramente causando sintomas antes de se espalharem além do pâncreas. E quando de facto esses sintomas estão presentes, não são específicos, como é o caso da dor abdominal, dor nas costas ou perda de peso, todos sintomas com mais probabilidade de serem causados por algo diferente do que um tumor.

“Não é viável investigar cada pessoa com indigestão, gases, dores abdominais ou dores nas costas, porque apenas uma pequena percentagem delas terá este cancro”, refere Santhi Swaroop Vege, gastroenterologista na Mayo Clinic.

“Não é viável até observarmos coisas realmente específicas, como icterícia ou fezes mais claras, ou a urina mais escura, ou diabetes de início recente, que podemos associar os sintomas deste tipo de cancro”, acrescenta Truty.

2. O diagnóstico deste tipo de cancro é um processo com múltiplas etapas

Quando um médico suspeita de um cancro do pâncreas, a primeira etapa é fazer exames de imagem para visualizar os órgãos internos. A tomografia computadorizada (TC) é normalmente utilizada.

“Realizamos aquilo que é chamado de exame TC de protocolo ao pâncreas”, refere Vege. “Se o radiologista confirmar uma massa no pâncreas, então há uma certeza de 90% de que se trata de cancro.”

Se o exame não se puder, por qualquer motivo, realizar, ou não for conclusivo, então pode ser feita uma ressonância magnética. Se as imagens confirmarem uma forte probabilidade de cancro do pâncreas, o próximo passo é um exame de sangue.

“A partir do momento em que temos um exame de TC que sugere um cancro do pâncreas, fazemos um exame de sangue para um marcador de tumor chamado CA19-9, uma vez que 85 a 90 % das pessoas com este tipo de cancro possuem valores altos”, afirma Vege. 

O exame de sangue não confirma o cancro do pâncreas, sendo necessária, para um diagnóstico final, a realização de uma biópsia (uma amostra de tecido para exame). 

3. A causa da maioria dos tumores no pâncreas é incerta

Os médicos identificaram alguns fatores que podem aumentar o risco para o cancro do pâncreas, como tabagismo, diabetes, inflamação crónica do pâncreas (pancreatite), obesidade e história familiar, mas a causa é incerta.

“Para a vasta maioria dos doentes, não há predisposição associada, a não ser alguns comportamentos, como tabagismo ou diabetes”, explica Truty.

“Aproximadamente 10% dos cancros do pâncreas têm uma base hereditária. E apenas cerca de 8% são familiares, o que significa que o doente tem um parente de primeiro grau ou de segundo grau com a doença.”

Outros cancros do pâncreas estão relacionados com síndromes genéticas, que podem aumentar o risco de cancro, incluindo uma mutação no gene BRCA2.

4. Não há uma boa forma de rastrear o cancro do pâncreas

Os médicos ainda não possuem uma boa forma de rastrear grandes partes da população para o cancro do pâncreas. “Não existe um bom teste de rastreio que seja barato, eficaz, seguro e que possa ser aplicado, como um exame de Papanicolau, uma mamografia ou uma colonoscopia”, diz Vege.

5. Os tratamentos e os resultados estão a ser aperfeiçoados

Para as pessoas cujo cancro do pâncreas já se espalhou para outros órgãos no momento do diagnóstico, a quimioterapia é o tratamento primário. Já os que têm o tumor confinado no pâncreas, podem ser candidatos à realização de radiação e cirurgia.

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