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Debate sobre a mudança de hora está de volta

mudança de hora

O tema tem sido alvo de debate em todo o mundo, sendo vários os países que defendem o seu fim. Mas por enquanto, a mudança da hora vai acontecer novamente, o que devolve ao debate os prós e contras desta medida. Mas há uma questão com a qual os especialistas concordam: as consequências negativas para a saúde.

“Está agora bem estabelecido que acordar uma hora antes aumenta o stress sobre o corpo e a privação do sono”, explica Joseph Takahashi, professor na UT Southwestern e um dos principais especialistas em relógios biológicos do mundo.

É ele que reforça que os nossos cérebros sofrerão vários graus de desorientação quando o horário de verão começar, no final do mês de março.

Para aqueles que se levantam para trabalhar ao amanhecer, mudar o relógio mesmo que seja por uma hora significa despertar quando ainda está escuro. E obriga as crianças pequenas, que vão para a cama mais cedo, a lidar com a confusão de ir dormir quando o sol ainda brilha.

Esses desconfortos fornecem evidências  sobre o papel central que os ritmos circadianos desempenham na regulação da nossa mente e corpo. E embora a mudança de uma hora raramente cause problemas graves de saúde, Takahashi ressalta que os estudos documentaram consequências surpreendentes associadas à perturbação dos nossos relógios biológicos, incluindo taxas crescentes de obesidade, ataque cardíaco, cancro e depressão.

“Alguns de nós tem dificuldade em se adaptar a uma interrupção de apenas uma hora”, confirma o especialista.

Como evitar os distúrbios associados à mudança de hora

O horário de verão foi adotado, em Portugal, em 1916 e, desde 1996, que a mudança ocorre no último domingo de março.

Na Europa, o fim da mudança de hora tem estado em debate, com os legisladores europeus a aprovarem um projeto de lei que, se tiver aprovação final, permitirá a cada um dos países da União Europeia escolher entre permanecer no horário de verão ou no horário padrão.

Os defensores da primeira dizem que uma hora extra de luz diária beneficiaria as empresas e permitiria aos alunos mais tempo para exercícios e atividades ao ar livre depois da escola. No entanto, a Sociedade de Investigação de Ritmos Biológicos favorece o uso perene do tempo padrão para ajudar as pessoas a dormir mais cedo e a reduzir o jetlag social crónico.

Comi este ano é certo que a mudança se verifique, para evitar distúrbios nos relógios corporais, Takahashi sugere tentar manter um horário de sono consistente e entender que as pessoas têm cronotipos diferentes: há as cotovias, os chamados madrugadores e as corujas, aqueles que ficam acordados até mais tarde.

“Porque o ser uma coruja ou uma cotovia é em grande parte influenciado geneticamente, a melhor forma de lidar com o horário de verão é ter consciência do seu cronotipo”, esclarece. “As corujas devem perceber que avançar o relógio será mais difícil e devem fazer os devidos preparativos.”

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