Estima-se que 47 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com demência, número que deverá triplicar nos próximos 30 anos devido ao rápido envelhecimento da população. Mas a demência não tem de ser uma inevitabilidade, confirma um novo estudo, que dá conta de uma redução, nos últimos anos, do número de casos de demência na Europa e nos EUA.
Os dados foram recolhidos por especialistas da Universidade de Harvard e publicados na revista científica Neurology, dando conta de um declínio na incidência de demência nos últimos 40 anos, com possíveis reduções de 10% a 38% por década.
De acordo com a avaliação feita, o risco de uma pessoa desenvolver demência ao longo da vida é agora 13% menor do que em 2010, com as taxas de incidência em todas as idades a sofrerem uma queda constante nos últimos 25 anos.
Uma tendência que, se se mantiver, permitirá que, em 2040, menos 15 milhões de pessoas desenvolvam demência nos EUA e na Europa. Uma redução que se puder ser alcançada em todo o mundo significará até menos 60 milhões de novos casos de demência nos próximos 20 anos.
Possíveis razões para a redução
Os investigadores fizeram uma revisão dos dados de sete grandes estudos, que incluíram um total de 49.202 pessoas e acompanharam homens e mulheres com 65 anos ou mais ao longo de pelo menos 15 anos, tendo sido feitos exames presenciais e, em muitos casos, recolhidos dados genéticos, exames cerebrais e informações sobre os fatores de risco dos participantes para doenças cardiovasculares.
Os estilos de vida mais saudáveis, a redução no número de fumadores, um maior controlo e atenção à saúde cardiovascular, um maior cuidado com a alimentação são fatores que influenciam a má circulação sanguínea, o que, por sua vez, tem um impacto significativo no cérebro, podendo ajudar a justificar esta redução.
Ainda assim, há um número crescente de pessoas diagnosticadas com demência e vários países do mundo, como o Japão, China e Nigéria, observam os autores do artigo.
