Foi considerada a melhor dieta do mundo para perda de peso, mas agora os investigadores da University of South Australia estão confiantes de que a dieta mediterrânica, combinada com uma sessão diária de exercício, pode também evitar a demência, desacelerando o declínio da função cerebral comummente associado à idade avançada.
No primeiro estudo mundial que teve início recentemente, um consórcio de parceiros decidiu explorar os benefícios para a saúde das pessoas idosas que aderem à dieta mediterrânica, uma dieta que é rica em frutas, vegetais, legumes, grãos inteiros e peixes, e pobre em gorduras saturadas, à qual se juntam caminhadas diárias.
Denominado MedWalk Trial, o estudo de dois anos, irá recrutar 364 australianos mais velhos, com idades entre 60 e 90 anos, que vivem de forma independente e não sofrem de deficiência cognitiva, em 28 localidades.
Karen Murphy, investigadora principal, diz que combinar os benefícios dietéticos da dieta mediterrânica com os benefícios para a saúde de uma intervenção com exercícios pode trazer vantagens significativas.
“A demência é uma condição que afeta o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar as tarefas diárias de uma pessoa. Embora seja mais comum em pessoas mais velhos, não é uma parte normal do envelhecimento”, refere.
“Embora não haja atualmente prevenção ou cura para a demência, há um consenso crescente de que o foco na redução do risco pode ter resultados positivos. É aí que entra o nosso estudo.”
De acordo com a especialista, “os primeiros pilotos da intervenção mostram uma melhoria na memória e no pensamento num subgrupo de participantes mais velhos que aderiram a uma combinação de dieta mediterrânica e caminhada diária durante seis meses”.
“Agora estamos a aumentar este estudo e a incluir um grupo mais amplo de australianos mais velhos, usando estratégias de manutenção e mudança comportamental cuidadosamente projetadas, na esperança de reduzir substancialmente a incidência de demência”, explica.