Uma equipa de investigadores da NOVA Medical School acaba de identificar um novo compartimento nos queratinócitos, células da pele, essencial na proteção contra os efeitos prejudiciais da radiação ultravioleta (UV), a que chamaram “melanoquerassoma”. Esta descoberta aprofunda o conhecimento sobre os mecanismos de preservação da melanina — o pigmento responsável pela cor da pele — e abre novas perspetivas para a prevenção do cancro de pele e outras doenças relacionadas com a exposição solar.
Duarte Barral, Professor da NOVA Medical School e líder do estudo, afirma que “esta descoberta ajuda, em primeiro lugar, a compreender como funciona o processo de pigmentação que confere a cada pessoa um tom de pele característico”, além de “poder, no futuro, contribuir para o desenvolvimento de estratégias que aumentem a proteção contra cancros de pele, como o melanoma, e soluções terapêuticas para distúrbios da pigmentação, como o lentigo solar e o melasma”.
A melanina, que funciona como “protetor solar natural”, é produzida por células da pele chamadas melanócitos, sendo posteriormente transferida para os queratinócitos, onde se acumula de forma estratégica sobre o núcleo destas células, protegendo o ADN contra mutações induzidas pela radiação UV.
No entanto, até esta descoberta, os mecanismos de preservação da melanina nos queratinócitos eram desconhecidos. O compartimento descoberto nestas células pelos investigadores da NOVA Medical School, preserva a melanina de forma eficaz e garante o seu correto posicionamento sobre o núcleo, permitindo que exerça a sua função protetora ao longo da vida útil da célula.
Embora sejam necessários mais estudos, a descoberta deste novo organelo celular, publicada no Journal of Investigative Dermatology representa um marco importante no estudo da biologia da pigmentação da pele, com potenciais implicações tanto para a dermatologia estética, como para a saúde pública.