A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) celebra esta quinta-feira (13 de maio) 95 anos de vida e nesse mesmo ano, vê o seu trabalho mais uma vez ser reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como instituição promotora de boas práticas no período de pandemia, em benefício das pessoas com diabetes.
Este reconhecimento inclui a dedicação da associação para se reinventar e continuar a assegurar o acompanhamento das pessoas com diabetes, bem como o esforço para a recuperação dos casos que ficaram por diagnosticar por força do impacto causado pela pandemia.
A APDP adaptou-se e resistiu ao desafio imposto pela distância, organizou um sistema de teleconsultas, criou uma linha de apoio nacional, entregou medicamentos ao domicílio, contactou todos os utentes da associação: “tivessem ou não consultas marcadas, as pessoas foram contactadas para percebermos como estavam a viver o confinamento e se precisavam da nossa ajuda”, diz João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP. “A rápida retoma de todas as atividades em todos os locais em condições de segurança foi uma das nossas maiores preocupações.”
Segundo este responsável, “quem é hoje diagnosticado com diabetes continua a ser confrontado com uma doença que representa uma ameaça, com um tratamento que é complexo, com resultados que podem ser frustrantes, com o peso da discriminação por parte da sociedade”, o que justifica o trabalho da associação. “O tratamento diferenciado e o melhor tratamento da diabetes não será o que temos hoje, mas aquele que almejamos”, sublinha.
Para isso, a APDP desdobra-se em atividades que passam pela clínica, “um modelo ainda hoje inovador na integração de cuidados”, até à educação, com a Escola da Diabetes, “que tem, há décadas, programas de educação” para profissionais de saúde, pessoas com diabetes, familiares e cuidadores, sem esquecer a investigação, onde “tem desenvolvido e colaborado em múltiplos projetos e ensaios clínicos”.
A caminho dos 100 anos, a APDP é a associação de diabetes mais antiga do mundo. Conforme explica José Manuel Boavida, presidente da APDP, “a associação nasceu com uma função filantrópica. Criada originalmente como a Associação Protectora dos Diabéticos Pobres, fornecia insulina aos que não tinham rendimentos para a adquirir. Salvou vidas e ainda hoje mantém alta a bandeira de respeito pelas pessoas com diabetes e de defesa da sua autonomia e integração social”.
A APDP tem vindo a desempenhar um papel fundamental no tratamento da diabetes em Portugal. Oferece, por ano, cuidados curativos e de reabilitação, incluindo endocrinologia, nefrologia, urologia, cardiologia, podologia, oftalmologia, nutrição, saúde mental, entre outras especialidades, a mais de 50 mil beneficiários do Serviço Nacional de Saúde.