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Estudo revela potencial do bagaço das uvas no desenvolvimento de aditivos naturais

bagaço

Portugal, assim como outros países da Europa, é um importante produtor de vinhos e os resíduos desta indústria, que representam até 30% da matéria-prima, conquistam cada vez mais interesse, sobretudo tendo em conta o valor que pode ser recuperado do bagaço da uva, em forma de antioxidantes, hidratos de carbono, açúcares, pectinas, proteínas e fenólicos. Neste contexto, investigadores da Universidade Fernando Pessoa (UFP) e da Universidade do Porto mostram que os bagaços das uvas pode ser utilizado como aditivo alimentar natural.

O estudo, intitulado Nutraceuticals based on Portuguese grape pomaces as a potential additive in food products, publicado no periódico Brazilian Journal of Food Technology, avaliou a composição nutricional e o perfil fenólico do bagaço de duas uvas: a Touriga Nacional (variedade tinta) e a Alvarinho (variedade branca).

Os investigadores observaram que os subprodutos de ambas as variedades apresentaram altos teores de compostos fenólicos e de flavonoides, tendo confirmado ainda uma forte associação entre os teores de compostos fenólicos e as atividades antioxidantes dos extratos obtidos.

A pesquisa também identificou compostos fenólicos específicos, dentre eles rutina, catequina e quercetina, compostos que podem ajudar a proteger as células contra danos causados pelos radicais livres, enquanto a quercetina apresenta potencial contribuição para a redução do risco de cancro, e ainda cis-resveratrol, que tem demonstrado benefícios no combate de doenças crónicas, cardíacas e cancro.

Os resultados potencializam a aplicação dos resíduos como matéria-prima para o desenvolvimento de aditivos alimentares, bem como fármacos e cosméticos e abrem novas possibilidades para o uso dos subprodutos da indústria vitivinícola portuguesa. Além do benefício para a saúde pública, a utilização do bagaço da uva pode contribuir para o aumento do lucro industrial e para a redução do impacto ambiental, beneficiando a cadeia produtiva.

Crédito imagem: Kai-Chieh Chan (Pexels)