Quando se celebra o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, assinalado a 11 de fevereiro, o Eurostat, gabinete de estatística da União Europeia (UE) revela que, em 2020, havia quase 6,6 milhões de cientistas e engenheiras na UE, mais 254.500 do que em 2019, representando 41% do emprego total em ciências e engenharia.
Por setor, as mulheres surgem sub-representadas na manufatura, onde apenas 22% dos cientistas e engenheiros são do sexo feminino, sendo maior o equilíbrio de género no setor dose serviços (46%).
Entre os Estados-Membros da UE, a proporção de mulheres cientistas e engenheiras variou muito em 2020, mas Portugal destaca-se na liderança, ao lado da Lituânia e Dinamarca, com 52%, bem distante dos 30% verificados na Finlândia e 31% na Hungria.
A um nível regional, os dados mostram que é maior a proporção de cientistas e engenheiras em 11 regiões da UE, estando, uma vez mais, Portugal bem representado: Madeira (56%) e Portugal Continental (51%) surgem ao lado das quatro regiões de Espanha (noroeste e Centro, com 52%; Ilhas Canárias e Nordeste, com 51%), do Norte e sudeste da Bulgária, leste da Polónia (ambos 57%), norte da Suécia (56%), assim como Lituânia e Dinamarca (ambos 52%).
No outro extremo da escala, a menor proporção de mulheres cientistas e engenheiras foi registada na região alemã de Baden-Württemberg e na região húngara da Transdanúbia (ambas com 29%).
A luta das mulheres no mundo
De acordo com as Nações Unidas, a nível global as mulheres costumam recebem bolsas de investigação de menores dimensões do que os colegas do sexo masculino e, embora representem 33,3% de todos os investigadores, apenas 12% dos membros das academias nacionais de ciências são mulheres.
Em áreas de ponta, como a inteligência artificial, apenas um em cada cinco profissionais (22%) é mulher. E estas ainda representam apenas 28% dos licenciados em engenharia e 40% dos licenciados em ciência da computação e informática.
Além disto, as investigadoras tendem a ter carreiras mais curtas e menos bem pagas e o seu trabalho está sub-representado em revistas científicas de alto perfil, sendo muitas vezes preteridas quando se trata de promoções.