Quais os objetos que, nos aeroportos, proporcionam um maior o risco de contrair uma doença contagiosa? Serão as cadeiras, onde tantos se sentam? Os botões das máquinas multibanco? De acordo com um grupo de cientistas europeus, são as bandejas de plástico da zona de segurança.
Há muito que as viagens de avião são alvo de olhares reprovadores por permitirem a rápida disseminação de doenças infecciosas. O trabalho feito sobre o papel dos principais centros de tráfego, tais como aeroportos, na disseminação deste tipo de doenças não tem sido grande, mas é agora mais rico graças ao estudo que decidiu investigar a presença de vírus respiratórios no ambiente de um grande aeroporto. O objetivo: identificar pontos de risco e orientar medidas para minimizar a transmissão.
Para isso, investigadores da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, e do Instituto Nacional de Saúde e Bem-Estar da Finlândia, recolheram, todas as semanas durante o pico da gripe na época de 2015-2016, amostras da superfície e do ar no aeroporto de Helsínquia, na Finlândia.
Amostras essas que foram alvo de teste para a identificação de vários e diferentes tipos de vírus, desde o influenza A e B, vírus sincicial respiratório, adenovírus, entre outros.
Vírus presentes em 10% das amostras
A presença de pelo menos um vírus respiratório foi detetada em nove (10%) das 90 amostras da superfície recolhidas. E em locais bem diferentes, desde um cão de brinquedo de plástico no parque infantil, os botões do terminal de pagamento da farmácia, os corrimões das escadas, entre outros.
Mas apesar desta variedade, os especialistas consideram que o pior são mesmo as bandejas de plástico, onde têm que ser depositados diversos objetos nos controlos de segurança dos aeroportos. São estas que, refere o estudo, publicado na revista científica BMC Infectious Diseases, “parecem representar o maior risco potencial, sendo o seu manuseamento quase inevitável para todos os passageiros embarcados”.